domingo, janeiro 30, 2011, posted by # 7 at 16:28





Já está. Mais um completo.
Depois de uma semana doente, em que só pude treinar três noites, de uma noite cheia de tosse e mal dormida (de Sábado para Domingo, dia da prova) só me passava pela cabeça o cenário de que as coisas podiam e iriam correr mal.

Mas, como quem me conhece sabe, desistir não é opção.
Levantei-me, com alguma dificuldade, quase não comi, devido às dores de estômago e lá fui, com destino ao que estava destinado.
A verdade é que todo aquele ambiente de desporto, de competição e até mesmo de convívio entre pessoas que gostam de exercício físico e fazem dele parte integrante da sua vida, me fez esquecer momentaneamente sobre as dores e a noite mal dormida.

Fiz o meu aquecimento, preparei-me para partir e lá fui. Corri, pedalei e corri novamente.

Muita lama, principalmente quendo comparando com a prova em Outubro, em que apesar da chuva, o piso estava quase seco, algum vento e muita vontade.
Senti alguma dificuldado no segmento de btt, talvez devido a não ter treinado bicicleta. Mas nada que não se resolvesse com algum sacrifício e dores de pernas. 
Mas, decididamente, é na corrida que ganho pontos. É aí que consigo e consegui ganhar muitas posições que havia perdido no btt.

Resultado: 189º da geral, com mais 22 minutos do que o 1º classificado. Apesar das inscrições superarem este nº, os atletas que iniciaram e terminaram a prova foram 570.

Só faltam duas semanas para o próximo.
 
sábado, janeiro 29, 2011, posted by # 7 at 21:24





Há algo intenso e forte, quando tento olhar através dos teus olhos. Não para eles, mas através deles. 

Quando tento alcançar um vislumbre que seja da tua alma, para que tente perceber afinal quem és e o que pretendes, quando tento fixar-me num mundo superior a este, sem recear o tempo ou a imagem momentânea. 

Há algo intrigante em todo o teu ser, nas tuas palavras, nas tuas atitudes, nas tuas convicções, mas, principalmente, nos teus olhos. Esse brilho que tanto tem de intenso como de escuridão, traz a dúvida ao meu ser, deixa-me desarmado sem saber qual o próximo passo a dar.

Tento frenéticamente e com todas as minhas capacidades, ter o discernimento necessário para ler o que não mostras, para perceber o que não explicas. 

Olho através dos olhos, para o interior de um ser tão estranhamente estranho e tão difícil de ler, como és tu, que foges a todos os padrões que eu julgava conhecer.


A frustração por não conseguir antever a minha próxima passada, apodera-se de mim, mais e mais, consoante o tempo passa e não consigo obter respostas, soluções.


Tudo o que vejo é o brilho desses olhos, que ora sorriem, ora choram, mas que são sempre e sempre serão dignos de contemplação.


E quanto mais olho mais me apercebo de que sonho, de que não podes existir,de que vives apenas na minha mente.

Ainda assim, esses enormes e profundos olhos continuam presentes na minha realidade irreal.

Estarei louco?
 
, posted by # 7 at 16:56





É já amanhã, a edição deste ano, do Duatlo do Jamor. 
O de 2010 foi em Outubro e este é já em Janeiro.

O pior de tudo isto é que, estando a trabalhar à noite, propus-me a fazer apenas treinos de corrrida, a partir das 00:30, depois de terminar o meu turno. Ainda o fiz durante três dos cinco dias que tinha para treinar, mas, ao fim desse terceiro dia, algo estava errado. Senti-me mal, parecia estar pesado e custava-me a respirar. Resultado: constipação. Dores no corpo, ranhoca, fadiga, enfim, o habitual.

Acabei por não treinar os outros dois dias e, ainda hoje, não me sinto bem. Estou cheio de dores no estômago e ainda me dói o corpo.

Mas uma coisa é certa, amanhã, doente ou não, lá estarei.
Só tenho pena de não ter treinado um pouco mais, para ir mais à vontade. Mas enfim, não se pode ter tudo.
Tem chovido, o que implica que o terreno esteja uma lástima, para variar. Amanhã é definitivamente para penar.
 
terça-feira, janeiro 25, 2011, posted by # 7 at 12:38

Estava escuro e uma estranha neblina pairava no ar. Era um nevoeiro esquisito, pois apesar da sua presença ser demarcadamente visível e inegável, no ar não existia a humidade que invariavelmente se encontra associada a este fenómeno. O ar estava seco, quase que como não existisse, como que o tempo estivesse parado.

Estava no meio da floresta, estávamos. Rodeados por árvores despidas que nos cercavam, quase que nos tocando com os seus sinistros ramos, num abraço cinzento e áspero.

Andávamos em círculos, tu com olhar vago e triste e eu com a incerteza a encher-me a alma. Afastávamo-nos, aproximávamo-nos, mas nunca nos tocávamos, pois parecia existir uma barreira que nos impedia de o fazer.

O silêncio era sepulcral, sendo apenas audíveis os nossos passos, a terra a ser pisada, os ramos e folhas secas que estalavam sob os nossos pés.

Continuámos com aquela estranha dança, onde incerteza e tristeza se encontravam e eram as verdadeiras estrelas daquele evento improvisado, numa noite escura de nevoeiro.

Rodávamos e rodávamos, mas nunca nos tocávamos. Olhávamos para as árvores, para o chão, para os olhos um do outro, mas nunca nos tocávamos.

O receio era muito, o medo do exterior, do que se fala e diz, do que se pensa e insinua.

As árvores pareciam apertar cada vez mais o cerco sobre nós, empurrando-nos um para o outro, um triste, outro confuso. Mas, ainda assim, ali tão perto, a menos de um passo, não nos tocávamos.

A tristeza e a incerteza continuaram na sua dança fantasmagórica, sem quererem parar para pensar no que as faz serem como são: tristes e incertas.

Rodopiando para todo o sempre, sem que exista resposta aparente.
 
domingo, janeiro 23, 2011, posted by # 7 at 17:39
 
, posted by # 7 at 17:39
 
, posted by # 7 at 17:38
 
, posted by # 7 at 17:36
 
, posted by # 7 at 13:36


Agora, aos 07:47, a ser ultrapassado por uma senhora cheia de poder(1ª classificada Feminina).
 
, posted by # 7 at 12:12


Especial atenção aos 02:44, onde surge um atleta (quase) de elite.
 
sábado, janeiro 22, 2011, posted by # 7 at 22:42

Ali estava eu, apesar de solitário, sentindo-me cómodo, pensando que estava a controlar a situação.

Ninguém teria nada a pontar, a criticar. Fazendo o que todos esperavam que fizesse, comportando-me da forma que todos achavam ser correcta.

Guardava os meus ideais para mim. Os meus sonhos, prendia-os a sete chaves, no meu enorme e sombrio cofre da vida, aquele que detém a minha essência, pois não me atrevo a ser quem quero ser.

Ali estava eu, no meu canto escuro, lar da minha alma, local onde ninguém se costuma aproximar, onde ninguém me incomoda, onde me isolo, até de mim mesmo.

Subitamente, uma estranha luz desviou-me da minha reconfortante escuridão. Estranha, pois não era uma luz pura, uma luz angélica. Era muito mais que isso. Era uma luz que emanava da escuridão. E uma escuridão que tinha em si uma enorme luz. Toda uma enorme contradição que se aproximava de mim, subitamente, sem que estivesse à espera.

Essa luz cativou-me. Essa escuridão libertou-me. Saí de mim mesmo, afastei-me do meu canto, do meu local de segurança e atrevi-me a sonhar.

Ousei elevar-me acima das nuvens, onde o Sol brilha e faz esquecer da realidade. Atrevi-me a sorrir e a imaginar o inimaginável. Que poder enorme que aquela luz tinha sobre mim. Que força soberba que aquela escuridão despertava em mim.

Libertei-me de preconceitos e deixei a minha alma fluir e seguir a corrente que a puxava. Fechei os olhos, abri os braços e entreguei-me às masravilhosa luminosidade daquela imensa escuridão.

E, quando já retirava alguma da minha energia vital dessa imensa energia que tão subitamente surgira na minha vida, a luz foi ofuscada pelo cinzento e a escuridão desvaneceu-se num enorme clarão de luz irritante e inquietante.

Tudo se inverteu de um momento para o outro, deitando por terra tudo o que eu ousara ter sonhado até então.

Durante um breve momento da minha vida, vi como a luz pode viver na escuridão e como a escuridão se pode tornar tão bela com aquela luz.

Agora, estou de volta no meu canto. Frio, húmido, bolorento, isolado.
 
, posted by # 7 at 22:25
 
, posted by # 7 at 00:28





Quem sou eu afinal? Será a minha personalidade susceptível de ser definida através das minhas palavras? Eu sou o que escrevo? Ou será que sou o que visto? Ou o que digo?
Independentemente das fórmulas psiquiátricas que existem para determinar a funcionabilidade do ser-humano, porque hei-de eu acreditar que um mau semelhante sabe mais sobre quem eu sou do que eu mesmo?

Se eu escrever sobre assassinatos, serei um potencial assassino?
Se eu me referir a torturas e atitudes macabras, serei um monstro?
Se eu escrever sobre dEUS nosso sENHOR, serei um santo?

Ou será que me escondo por trás de uma máscara que oculta por trás de uma outra, que distorce tudo o que possa ser cientificamente idealizado como correcto?

Como podem dizer que uma pessoa tem uma personalidade escondida, que vive uma vida desejando ser outra coisa, quando essa outra coisa nunca se revela?

Um sujeito escreve constantemente sobre morte e sangue. Fará dele um louco, um potencial homicida? Mesmo que ele viva uma vida inteira sem demonstrar o que quer que seja, nessa vertente?

Um indivíduo escreve sobre suicídio, numa base regular, é um suicida?

Não, claro que não. Não existem desenhos, testes, ou tretas do género que determinem exactamente como é uma pessoa.
Cada um é único, inimitável, inigualável e inantingível em termos de pensamento.

Ninguém sabe quem eu sou, nem mesmo o melhor dos psiquiatras.

Eu sou eu, diferente de todos, com pensamentos próprios, com vontades estabelecidas.
Eu não gosto do que os outros querem que eu seja, não gosto das exigências e do peso que me querem colocar nos ombros. Não gosto que me digam como devo agir, porque "parece bem", porque "tem que ser assim".
Eu sou eu, burro, estúpido, ignorante, feio, gordo, gay.......


Eu sou eu e não devo explicações a ninguém.


Até me podem prender, me tentar silenciar, alienar, desmotivar. Mas, cá dentro, bem no fundo da minha alma, sei e sempre saberei quem sou.......inconformado e revoltado.


Eu sou eu.
 
segunda-feira, janeiro 17, 2011, posted by # 7 at 22:12

Gostava de ser desprovido de remorsos, de poder praticar actos de natureza socialmente repudiada e ainda assim conseguir dormir à noite.

Gostava de acordar um dia, vestir a minha roupa e sair à rua, exterminando todos os que eu acho que devem ser exterminados.

Gostava de vos arrancar os olhos, desmembrar-vos, queimar-vos vivos e sentar-me no lancil, observando enquanto se contorciam em agonia, gritando por misericórdia.

Gostava de não sentir esta obrigação moral que me assola e torturar-vos, não até à morte, mas até perto dela chegarem. De vos causar tamanha dor que, no futuro, só de pensar nela, nem se atreveriam a inflingir sofrimento a mais ninguém.

Gostava de vos agarrar pela cabeça e torcer-vos o pescoço até sentir que este se partia, pelas minhas mãos, nas minhas mãos.

Gostava de ser o punho que ostentava o machado que desferia o brutal golpe que vos deformaria irremediavelmente.

Gostava de vos regar com ácido e rir-me às gargalhadas, enquanto as vossas expressões se deformavam, num pútrido bailado de carne, osso e vísceras.

Gostava de vos aniquilar a todos, sem excepção.......mas não o conseguiria fazer. Pois estes malditos remorsos não mo deixariam fazer, pois esta terrível forma de sentir piedade por quem a invoca, não mo permitiria fazer.

Sim, sou fraco, mas a vontade está cá. Será uma questão de tempo.
 
terça-feira, janeiro 11, 2011, posted by # 7 at 23:05





Sinto-me bem, quando estou envolto em escuridão, quando sinto o vento a tocar no meu corpo, quando ouço o seu arrepiante assobio. Sinto-me confortável quando caminho sozinho à noite e sinto pequenas gotas de chuva a chocarem com a minha carcaça.

A luz e a claridade são boas aliadas. Da saúde, da energia, da vontade de viver. Mas a escuridão dá-me conforto, envolve-me como que se fosse um aconchegante manto. O espaço torna-se menor, mesmo quando estou na rua. E posso pensar, sonhar, falar comigo mesmo, imaginar o inimaginável.

Nada tem a ver com tristezas, ou com a crescente demência em adorar o negro só porque é fora do normal. Deixo isso para os miúdos que acreditam nas tretas dos movimentos "emo" e "góticos" e outras coisas do género, que mais não são que manobras bem planeadas para vender determinados itens, como roupas e acessórios ligados a esses mesmos movimentos.
Eu gosto do conforto da escuridão e da solidão apenas por isso mesmo, por me trazer paz, serenidade, isolamento, liberdade de espírito.
Adoro sentir-me só no mundo, mesmo sabendo que não o estou, olhar para o céu e sorrir, mesmo quando as nuvens carregadas deitam sobre mim a sua chuva, não me preocupar com o que ninguém pensa, pois ninguém me está a observar. 
É como que se encontrasse o meu cantinho, onde é escuro e aconchegante, onde ninguém me critica por ser como sou, por pensar como penso.

Não pode existir uma luta entre a luz e a escuridão, pois elas complementam-se e permitem a existência uma da outra. Assim como não pode existir reunião sem solidão, pois todos precisam do seu espaço. E o meu é no meu cantinho, escuro, aconchegante, seguro.
 
, posted by # 7 at 16:24

Gostava que visses o mundo pelos meus olhos. Que sentisses o que sinto e tivesses a mesma perspectiva que eu, ao vislumbrar tudo o que surge no meu campo de visão.
Gostava que entendesses o porquê, mesmo quando nem eu o entendo.

Quando olhas para uma floresta, vês beleza natural, calma e tranquilidade. Eu vejo solidão, morte e podridão.
Quando falas com as pessoas, talvez as vejas como amigas, conhecidas, fundamentalmente, pessoas. Eu vejo cadáveres, esqueletos em decomposição, que ainda não morreram mas que já fedem, já transmitem o odor da morte. Olho para animais e vejo-os mortos, olho para o mundo em si e vejo apenas um enorme local de degradação e putrefação, repleto de germes, de vírus. Nós. Eu, tu, aquele, o vizinho, o amigo, todos não passamos de vírus, vermes que rastejamos pela terra, fazendo o que é necessário para adiar ao máximo a inevitabilidade de todos nós: a morte.

Sim, não consigo olhar para ninguém sem pensar que é como se já estivesse morto. Eu próprio já estou morto, apenas ando a adiar esse estado.

Todos estão mortos, o mundo está morto. Mas poucos o querem admitir.

Gostava que visses o mundo pelos meus olhos. Não para que te sentisses como eu, não para piorar a tua existência. Apenas para que tentasses explicar-me o porquê de eu ver morte onde dizem haver vida.

Gostava que visses através dos meus olhos, sejas tu quem fores.
 
sábado, janeiro 08, 2011, posted by # 7 at 00:34

Lembro-me de quando era miúdo que, quando andava pela rua nas minhas brincadeiras (sim, porque tempos houve em que os miúdos iam para a rua brincar, sem os papás atrás, ou preocupados), havia sempre uma série de janelas nas quais se encontravam adultos debruçados. Uns olhavam e até interagiam com as pessoas na rua, outros fumavam o seu cigarro, outros, simplesmente ali estavam, pensativos, enquanto observavam o que se ia passando no exterior das suas casas.
Lembro-me também de, quando já era um pouco mais crescido, de pensar que aquela atitude era um desperdício de tempo.

Agora, as ruas tornaram-se mais movimentadas, os miúdos vão para os centros comerciais ou ficam em casa a jogar consolas, ou em frente ao computador e os adultos olham para uma outra janela. Uma janela que lhes traz mais do que o simples olhar para a rua. Imagens constantes e alternadas, movimento, entretenimento. Parece bom, não é?
As pessoas são agora sujeitas, ou melhor, sujeitam-se voluntariamente a uma espécie de lavagem cerebral de pequena intensidade e ficam estáticas a olhar para o seu televisor. Lá fora pode acontecer o que quer que seja, mas o importante é ver as tardes da não sei quantas, ou a praça das alegrias, ou as novelas do fazendeiro rico e da filha da tia da mãe do João do talho e tantas outras tretas, outros lixos visuais que moldam a mentalidade de tanta gente.

Dizem que as ruas estão perigosas, mas dizem-no porquê? Porque lhes aconteceu algo? Ou porque apareceu alguém na tv a dizer que assim é. E, mais uma vez, se aparece na tv é por que é verdade, certo?

O perigo é desculpa, o frio é desculpa, a chuva é desculpa, o calor é desculpa. Nada de ir à rua. Nada de estar à janela. Sentemo-nos e adoremos o nosso novo Deus. Aquele que não tem incertezas, que nos fornece toda a verdade. Desde a novela do vampiro, até ao reality show. Vale tudo para ficarmos de olhos vidrados na caixa de sonhos.

As janelas estão vazias, embora as ruas estejam mais agitadas, fazendo com que haja mais para ver. Mas nenhuma realidade é suficientemente forte para combater a força dominante de um ecrã aceso.
 
, posted by # 7 at 00:17


Já passaram 4 anos desde que comecei a escrever neste meu pequeno espaço.

Tanta coisa se passou entretanto. Tanta coisa mudou, incluindo até mesmo a minha forma de pensar.

Apesar de saber que as palavras que escrevo, sejam elas de boa ou má qualidade, são lidas por pouquíssimas pessoas, sei que têm e terão a sua utilidade, pelo menos para mim. Poderei ler posts antigos e constatar o que sentia na altura, como pensava, como estava. Será sempre um bom exercício, conhecer-me a mim mesmo, ou voltar a conhecer.

Neste espaço em que vou depositando algumas palavras, é possível ler de tudo. Coisas parvas, estúpidas, insignificantes e irrelevantes. Mas, apesar de tudo, são as minhas coisas parvas, estúpidas, insignificantes e irrelevantes. E sinto necessidade de ir despejando esporadicamente aqui algumas ideias, por muito absurdas ou inconsistentes que possam parecer.

Quando comecei, pensei mesmo que era mais uma experiência, visto que ainda pouco lidava com o computador. À medida que fui escrevendo mais, apercebi-me de que talvez conseguisse continuar a alimentar este espaço, com alguma assiduidade. Agora, mesmo havendo períodos durante os quais pouco ou nada escrevo, a verdade é que sinto necessidade de o fazer, mesmo quando não escrevo.

Parece então que estamos de parabéns. Eu e este blog. A bombar desde Janeiro de 2007.

Parabéns puto, já tens 4 anitos.
 
quarta-feira, janeiro 05, 2011, posted by # 7 at 15:58

Apesar de, quando nascemos, a primeira coisa que é suposto fazer-mos ser chorar, desde cedo que vamos desenvolvendo a capacidade de sorrir. E é precisamente quando somos pequenos que mais sorrimos e demonstramos alegria.

Infelizmente, com o passar dos anos, perdemos a capacidade de demonstrar alegria, de sorrir e rir constantemente. Quanto mais adultos somos, mais importante parece ser encontrar uma razão e justificar ao pormenor as razões que nos façam sentir vontade de sorrir.

Em pequeninos, da mesma forma que tudo serve como desculpa para fazer birra, também qualquer pormenor serve para brindar os adultos com gargalhadas ruidosas e descontroladas, que tão bem sabem ouvir.
Ao crescermos, a curva do nosso sorriso vai sendo cada vez menos acentuada até que, um dia, se transforma numa triste expressão, séria e sem brilho algum.

Tudo isto me leva a não ter qualquer dúvida de que, envelhecer significa entristecer. E entristecer aproxima-nos do fim, do vazio, da escuridão.
Esta constante e inútil procura pela lógica por demonstrar felicidade, leva-nos a evitar essas mesmas demonstrações, levando-nos inclusivamente a sentir algum desconforto quando alguém, fora do comum, tem um comportamento diferente do nosso e revela sem quaisquer preconceitos, alegria, felicidade, gargalhadas desmedidas.

O pior de tudo isto é que, com a constante pressão da evolução que se verifica, parece que queremos que as nossas crianças sejam mais e mais adultas, cada vez mais cedo. Talvez para não nos aborrecerem com "criancices".
Assim sendo, não faltará muito que, a todos os nossos defeitos, possamos acrescentar um outro: A raça mais carrancuda do Universo.

E tirando a alegria a uma pessoa, mesmo que esta seja infundada, o que resta enquanto esperança? Nada.

Eu, apesar de não ser uma pessoa que demonstre os meus sentimentos, quero ouvir gargalhadas e ver pessoas bem dispostas. Não velhos carrancudos, a falar mal de tudo e de todos.
 
segunda-feira, janeiro 03, 2011, posted by # 7 at 22:06





Apesar de toda a tristeza associada ao final do ano passado e início deste, houve coisas boas que me fizeram sorrir.
Uma delas foi a ida à Serra da Estrela, no dia 1.

Já há algum tempo que tinha prometido à minha estrelinha levá-la a ver a neve. E a pequena é jovem, mas não é esquecida. Fez com que a promessa fosse cumprida.

Lá partimos, sem saber muito bem o que iríamos encontrar, em termos climatéricos.
Felizmente, apesar de o tempo estar carregado, lá no topo estava-se bem.

Havia pouca neve, mas, ainda assim, a suficiente para as pistas de ski estarem em funcionamento e a suficiente para fazermos um boneco de neve e uma mini luta de bolas de neve.

Apesar de a viagem ter sido, principalmente, para que a Beatriz visse neve pela primeira vez, foi o Gabriel quem mais curtiu tudo aquilo. Gargalhadas, gritos, arremessos de pequenas bolas de neve. Até ajudou a fazer o boneco de neve, sem nunca se queixar do frio.
Já a Beatriz, o facto daquilo escorregar e os pés se afundarem, causou-lhe alguma estranheza e relutância em se aventurar neve adentro. Mas, mais ou menos devagar, lá foi também.

Mas o Pequeno traquinas, esse sim, curtiu. No fim, nem se queria vir embora. Mas, como quase todos os que lá vão a cima, uma bela carga de neve no pára-brisas lá o convenceu a vir para o carro, olhando para a neve que ia caindo à medida que íamos embora.

Uma boa recordação, no meio da nuvem negra que pairava nas nossas vidas.
 
sábado, janeiro 01, 2011, posted by # 7 at 23:45
Dia 31 de Dezembro de 2010, faleceu a minha avózinha. Não era mãe do meu pai, nem mãe da minha mãe. Era mãe da mulher do meu pai, que, não o sendo de sangue, é a minha mãe verdadeira. E por isso, a minha avó era a minha avó, digam o que disserem.

Tinha 80 anos e estava tão fraquinha, tão pequenina e frágil. Sempre foi uma mulher pequena e magra, mas acreditem que a força não se mede pela aparência, pois muita foi a desta mulher.

Muitas histórias ouvi, sobre a minha avó ser uma mulher por vezes severa e até má. Mas a verdade é que, em todos estes anos que a conheci, nunca a vi ser má. Antes pelo contrário, sempre foi muito tolerante, calma e apaziguadora. A idade deve mudar as pessoas.

Morreu a minha avó, aquela velhinha pequenina que tanta paciência teve ao longo da vida, para aguentar o que aguentou.

Eu não estive muito presente na sua vida nestes últimos anos. É a verdade e admito-a. A vida tende a ocupar-nos o tempo mais e mais, de dia para dia. E há sempre uma desculpa para não poder fazer uma visita. 

Mas as poucas vezes que a via, gostava de a ouvir falar. Fosse sobre o que fosse. A sua voz era doce e transmitia calma. Arrepiava-me, mas um arrepio bom. Fazia-me relaxar, ouvir as suas histórias de vida, os seus conselhos.

Faleceu a minha avózinha. E sofreu no fim. Sofreu até ao fim. Mas agora, acabou.

Sei que agora, depois da dor, ela está num sítio melhor. Longe das futilidades e banalidades desta triste vida humana. Dos materialismos excessivos e da falta de capacidade generalizada para a coexistência em paz, de todos nós.

Vou ter saudads tuas, avó. Da tua doce e meiga voz. Vou ter saudades, já tenho saudades.
 
Emanuel Simoes

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