domingo, maio 31, 2009, posted by # 7 at 21:56
Há cerca de um ano fiz o meu último jogo de futebol. Faltavam 3 dias para o promeiro Alcochete a correr. No decorrer do jogo, torci um pé e não pude ir à prova. Desde aí, nunca mais joguei futebol, com receio de me lesionar novamente e deixar de fazer o que realmente gosto, que é pedalar e correr.
Um ano passou e, curiosamente, fui convidado para um novo jogo de futebol. Desta vez tive juízo e não fui. Não me podia dar ao luxo de voltar a falhar este evento.

Infelizmente, as temperaturas ao longo da semana estiveram excessivamente elevadas, o que contribuiu para que eu treinasse corrida um só dia, sendo que nos restantes houve um em que não fiz nada e nos outros pedalei. 36º, 37º, não dá para correr. Já pedalar foi um suplício ao longo dos 30 km do treino, mas tinha que fazer algo para pelo menos não desiludir.

Chegou o dia da prova, embora a confiança não o tenha feito. Treinei pouca corrida, dormi mal (para variar) e estava com receio de não conseguir pelo menos o meu tempo usual, que se situa nos 42 minutos, para 10 km.

Muitos atletas inscritos, muita gente para a caminhada de 5 km, enfim, casa composta.
O tempo esteve quente, demais, na minha opinião. No aquecimento transpirei imenso.
Já só pensava que iria fazer má figura, enquanto olhava e tentava avaliar os outros atletas. Para mim pareciam-me quase todos bons.
Na linha de partida ouvi conversas sobre tempos batidos e corridas participadas e comecei a pensar que aquilo estava apinhado de semi-profissionais.

A partida foi dada e, surpreendentemente, senti-me bem durante toda a prova. Desde que arranquei que ninguém me ultrapassou, sendo que eu ultrapassei muitos dos que partiram à minha frente. Inclusive, bati o meu recorde pessoal nos 10 km. Fiz 41:19, algo que sinceramente não esperava.
Parece que afinal a preocupação e os nervos eram excessivos, porém, interrogo-me se tivesse treinado mais afincadamente, qual seria o meu tempo?

Resumindo, boa prova, boa organização, bom tempo pessoal e, muito importante, cheguei ao fim sem sentir cansaço algum. A repetir.

Última hora - Fiquei em 83º, dos 476 atletas que cortaram a meta.
 
sexta-feira, maio 29, 2009, posted by # 7 at 18:45



Falta de tempo. Para tudo. Ando sempre em contra-relógio. Desde que me levanto até dormir.
Saio do trabalho, venho o mais rápido possível para casa, engulo qualquer coisa, vou treinar. Sempre em velocidade máxima para estar em casa a tempo de ir buscar as crianças. Banho, vestir, sair para os ir buscar. Comer, lanches, umas brincadeiras, hora do banho da Beatriz, birra do Gabriel, hora do jantar. Banho do Gabriel, deitar a Beatriz. AAAAHHHHHH!!!!!!!
Mas porque raio os dias só têm 24 horas e porque raio precisamos de dormir? Que desperdício de tempo.

Não tenho tempo para compor umas músicas, para escrever, nada.

Quando o Gabriel crescer, tenho medo que se sinta mal por haver aqui tanto sobre a Beatriz e tão pouco sobre ele.
O sufoco é tanto que nem reportei a primeira sopinha e a primeira carne, a primeira vez que bebeu água. Por isso, coloco acima, as três fotos que o demonstram. Água, sopa e carne.
Devo dizer que são sempre experiências engraçadas, em que a possibilidade de haver um esguicho de alimentos é sempre elevada, o que torna a situação sempre atractiva a apostadores.
Ora a primeira sopa foi no dia 16 de Abril e a carne, assim como a água, foram no dia 23 de Maio.

Mas o engraçado? O engraçado é que, enquanto escrevo isto, o pequeno Gabriel começou a chorar e está na hora de lhe dar comida. Vá lá, deu para escrever um pouco.
Lá vou eu.
 
sábado, maio 23, 2009, posted by # 7 at 19:51
Triste esta vida em que tudo está ao contrário.

O certo a nada leva e o errado todas as portas abre. O bom é considerado fraco por ser piedoso e o vilão é forte por não ter escrúpulos.

Triste este mundo que se virou do avesso.

Os abusadores caminham livremente enquanto as vítimas têm que viver vidas de solidão, escondendo-se para sobreviver.

Só acreditamos que algo está errado quando algo corre realmente mal. Até lá, tudo não passam de suposições, boatos, rumores.
Depois descobrimos que quem parecia tão correcto é afinal um monstro, quem aparentava ser tão sereno é afinal demente.
E quem paga? Quem nada fez para merecer tão cruel destino. Quem se resigna a aceitar o presente, com alguma esperança no futuro.

Crianças que são abusadas, mulheres que são espancadas, trabalhadores que são abusados.
Está tudo mal, está tudo ao contrário. O preto deixou de ser preto e o branco de ser branco. É tudo baço, enevoado. Os maus erguem-se à conta dos fracos que não se conseguem defender.

Os poderosos não usam o seu poder para ajudar, mas sim para espezinhar e trepar mais acima, sempre à conta de quem menos se consegue defender.

Tudo errado, tudo mau, tudo triste.
 
, posted by # 7 at 19:39

Nasceu mais um membro para compor esta já grande família.
A minha sobrinha Alice brindou-nos com a sua presença, uma semana antes do previsto.

Na 6ª Feira, não a pude ir ver ao hospital, devido ao meu horário de trabalho. Ainda assim, vi-a, pois recebi uma imagem no telefone.
Supostamente a menina era muito pequenina, mas, pela foto, eu disse que não era assim tão pequena. Até hoje entrar no quarto do hospital e olhar para ela. Tão pequenina, mas tão pequenina que tive receio de me aproximar demais, não fosse o movimento do ar magoá-la.

Mas que coisinha tão pequenina. E tanto cabelo. Aliás, pela foto, pode-se constatar que é bem mais abonada em termos capilares que o Gabriel. Eu ia escrever pequeno Gabriel, mas depois de segurar a Alice ao colo, parece-me que o termo será exclusivo dela. A pequena Alice.

Tanta vida nova a surgir em meu redor. Sobrinhos, filhos, gritos, choros, birras, sorrisos.
Bem-vinda a esta família de loucos Alice. Em breve, também tu serás uma. E é tão bom.
 
segunda-feira, maio 18, 2009, posted by # 7 at 13:46


Domingo, dia 17 de Maio, fui a mais uma prova. Esta inteiramente de btt, 50 km. De lembrar que é apenas a minha 2ª do género e que na primeira, não terminei devido à corrente se ter partido.
Ah, e foi a primeira com a minha nova menina.

Fui com um colega meu de trabalho e destas andanças e fizémo-nos deslocar, tal como na prova anterior em Álcacer do Sal, no canhão que podem vislumbrar na foto acima.
Foi uma boa prova. O dia estava bom, não havia nem muito vento nem muito calor.
Pena foi que o trajecto estivasse tão pobremente marcado. Penso que a maioria das pessoas se enganou no caminho. Eu enganei-me por duas vezes, tendo que voltar atrás e quebrando o ritmo.

Concluí a distância em duas horas e quatorze minutos, o que até nem foi mau e ainda tive o bónus de ganhar por dez minutos ao meu colega, pela primeira vez.
Desculpa lá meu, mas eu já tinha avisado que o teu reinado estava prestes a chegar ao fim, ah ah ah.

Depois da prova foi um almoço composto por tanta, mas tanta comida, que foi um desperdício para nós os dois que até nem comemos muito. Umas trincas, uns sumos e lá viémos de volta a casa, para lavar a minha pequena com urgência, coitadinha. Tão nova e já tão badalhoca.

PS : Fiquei em 15º, primeiro atleta em nome individual a cruzar a meta. Para o ano o objectivo é o pódio.
 
quinta-feira, maio 14, 2009, posted by # 7 at 19:54

Ah pois é. Já tenho brinquedo novo. E melhor ainda, apesar de estar doente e com conjuntivite, fui testá-la hoje. Maravilha.

A velhota lá foi, parar aos braços de outro homem que se revelou bastante interessado nela, mediante uma determinada quantia em dinheiro, claro.

Já a comprei em 2ª mão, mas verdade seja dita, aguentou muito comigo. Foram mais de 2000 km a pedalar com a amarelinha, foram provas superadas em grande e apesar de tudo só tive um único furo e uma corrente partida. Tirando isso, mais guinchadela menos ruído, impecável.
Mas pronto, chegou a altura de partir para outra, mais apropriada aos meus treinos.

Eis que chegou, na 2ª Feira dia 11 de Maio, o canhão. Fui buscá-la já tarde, por isso não a experimentei. Guardei para o dia seguinte. Mas estava tão em baixo, cheio de dores e calafrios, que não consegui sair de casa. Fiquei mesmo danado.

Já hoje, a história foi diferente. Apesar de ainda me sentir fraco, tomei uns medicamentos, comi uma banana e lá fui eu fazer a rodagem. Maravilha. Bem diferente da outra, outro andamento, outra forma de estar.

Agora aguardo por Domingo, o dia em que realizerei a primeira prova na bike nova.
 
quarta-feira, maio 13, 2009, posted by # 7 at 18:50
Segunda-Feira, dia 11 de Maio de 2009, foi o dia em que estive o mais perto possível de me passar por um estudante universitário até hoje.
Resolvi aproveitar a iniciativa +23, para alunos com mais de 23 anos de idade que queiram tentar ingressar no ensino superior e fiz o exame.

Já me tinha inscrito há algum tempo e quando o fiz, a data do exame era tão distante que nem me preocupei. Trouxe duas provas de anos anteriores, supostamente para estudar por elas, mas a verdade é que se torna um pouco difícil de estudar quando uma prova é composta por comentários, interpretações e elaborações de textos.

Quando chegou o dia fiquei algo nervoso. Pronto, ok, fiquei mesmo muito nervoso. Só respirava fundo, olhava para o relógio, perdi o apetite, parecia eu que me ia casar.
Chegada a hora, lá parti em direcção a Setúbal para cumprir o meu destino, quer este seja passar ou chumbar no exame.

Cheguei bem cedo, andei por lá até ser hora e lá fui chamado para entrar.

Estupidamente, devido à falta de apetite relacionada com os nervos, não comi nada. Resultado, tudo silencioso a fazer o exame e o meu estômago a roncar como se fosse um desses carros do tuning, dotados de escapes barulhentos. Ainda cheguei a fazer tentativas de disfarçar o ruído, ao mexer em folhas de papel quando sentia que lá vinha outro rugido, mas parece-me que foi bastante evidente a todos os presentes na sala que eu deveria ter ingerido algo antes de para ali ir. Enfim, detalhes.

A prova foi como esperava. E como esperava também, não estudei nada de nada. Haviam vários textos para comentar, fundamentar ideias e até criar o nosso próprio texto. Espero ter-me saído bem, mas ainda não sei.

Quando o souber, bom ou mau, postarei aqui o resultado.
 
sábado, maio 09, 2009, posted by # 7 at 16:42
Por vezes gostaria de voar.

Por vezes gostaria de me elevar acima de qualquer sentimento, bom ou mau e, lá bem de cima, olhar para tudo o que se passa no mundo.

Por vezes gostaria que a minha alma abandonasse o meu corpo, deixando-o num estado semi-adormecido, e se elevasse, acima das nuvens, acima do céu, acima do Universo.
Que lá de cima pudesse contemplar toda a dor e tristeza, todo o abandono e preconceito e, no fim do dia, pensasse na sorte de estar longe de tudo aquilo.

Por vezes gostaria de bater as asas e voar em redor do planeta, constatar as diferenças entre os seres, observar os comportamentos institivos de quem por aqui anda.

Por vezes gostaria de me abstrair de tudo o que me faz humano e tornar-me num ser único, inigualável, estranho para tudo e todos.

Por vezes sonho em ser todo poderoso e estar em todo o lado ao mesmo tempo, tudo saber, tudo ouvir. Resolver injustiças, recompensar actos nobres.

Por vezes gostaria de estar num patamar bem superior a todos os restantes mortais.

Por vezes gostaria de ser capaz de colocar tudo no sítio certo, todos com a vida perfeita.

Por vezes gostaria de ser um anjo.
 
terça-feira, maio 05, 2009, posted by # 7 at 12:50
Quanto mais histórias e relatos de violência, dor, morte, desprezo e tudo mais de vil que possa existir conheço, mais forte se torna a minha convicção de que a raça humana é realmente o cancro do planeta.

O mal está enraízado nos nossos genes. Tão profundamente escondido que é considerado já instinto.

Começamos desde pequenos, com as nossas brincadeiras que tendem sempre e invariavelmente para a violência. Desde cedo nos batemos mutuamente, lutando pela posse daquele brinquedo, de atenção, de protagonismo.
E assim vamos crescendo, alterando alguns aspectos mas sempre, sempre querendo ser o centro das atenções.

Só que existem pessoas que, para elas, ser o centro das atenções é ter dinheiro, posses, bens materiais. Certo ou errado, ainda são as que menos mal causam, embora ele esteja lá, à espreita, esperando pela oportunidade para se expandir e se fazer notar.

Depois temos os que querem protagonismo, não através do que podem mostrar, mas através do puro e simples controle da vida de que os rodeia. E esses estão prontos a tudo para cortarem as asas de quem os rodeia. Para impedirem todo e qualquer livre escolha. Violência psicológica, física. Pais que espancam, que matam filhos e familiares. Seres cuja noção de respeito pelo próximo é simplesmente inexistente e que se engrandecem ao desrespeitar continuadamente qualquer um que se atravesse no seu maléfico caminho.
Seres, que não merecem ser tratados como pessoas, que não merecem ser chamados de humanos.

Sim, a maldade no seu estado puro anda à solta. E pior, as estúpidas leis do Homem deixam-nos andar à solta. Mesmo depois de terem dilacerado vidas inteiras.
Também eu tenho esse mal dentro de mim. Esse brutal instinto destruidor. Também eu, devo admitir, pois se me fosse dada a oportunidade, matava todos esses violadores da liberdade humana. E matava com requintes de malvadez, com prazer em causar dor, com alegria por roubar uma vida.

Sim, também eu sou um monstro. Mas só faria mal a outro monstro.
 
domingo, maio 03, 2009, posted by # 7 at 14:11
Sinto-me doente. Sinto-me mal. Sinto-me sujo e a sujidade sou eu mesmo, o meu corpo, a minha raça. Sinto que não devo fazer parte deste mundo, que nunca deveria ter sido obrigado a cá estar.

Qualquer ser humano tem potencial. Para ser inteligente, ágil, benevolente, amigo, protector, carinhoso. Mas só uma minoria o faz perante todos. Somos carinhosos para com quem gostamos (alguns) , somos simpáticos para quem bem entendemos, mas não há uniformidade.
Porquê não sermos sempre a mesma pessoa para com todas as almas que se atravessam no nosso caminho? Porque não somos bons, do fundo da alma, de livre vontade e não por obrigação?

Porquê? Porque, embora tenhamos potencial para ser grandiosos, para que as nossas almas brilhem intensamente mesmo na noite mais escura, somos uns porcos. PORCOS.
Só nos interessa o dinheiro, as aparências, só nos interessa encher bem a barriga e fazer com que alguém faça o trabalho duro por nós. Vivemos com a ideia de que somos detentores da razão lógica e inventamos guerras absurdas para nos eliminarmos mutuamente, com desculpas absurdas como diferentes ideais religiosos ou mentalidades políticas adversas. Somos animais dotados de mais inteligência que os restantes filhos da natureza, mas nem por isso fazemos uso do dom que nos foi tão injustamente dado.

Evoluímos positivamente até ao ponto em que recusamos essa evolução e seguimos pelo caminho mais fácil. O da destruição.
 
Emanuel Simoes

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