domingo, outubro 24, 2010, posted by # 7 at 16:36
Hoje foi realizada a 30ª corrida do tejo. Teve um número de participantes um pouco diferente da sua primeira edição, em que pouco mais de 80 atletas percorreram os 10 km. Este ano foram 10 000 os inscritos, inscrições essas que esgotaram em tempo recorde.

As minhas expectativas para este evento eram as mesmas de sempre, para tods os eventos: superar as minhas melhores marcas. E assim foi, felizmente.
Sem grandes treinos nem cuidados excessivos, apenas tenho mantido a minha rotina de exercício físico e pouco mais.

Para variar, dormi mal à noite e, ainda por cima, estou engripado. Pois, sempre aquela sorte a bater à porta.
Mas ainda assim senti-me bem na linha de partida.
Aquecimentos, também fiz poucos. Afinal, eram apenas 10 km.

A organização esteve muito bem, como sempre, o que ajuda a passar o tempo até à hora da partida.
Pouco depois das dez da manhã, lá começou a prova. Infelizmente, os atletas que começam lento atrapalharam e muito o meu arranque. Cheguei mesmo a sair da estrada e a correr pela calçada, na tentativa de ultrapassar alguns dos menos rápidos. 
Mas enfim, creio que este é e sempre será um problema de todas as provas em que eu participe.

Adiante, o dia esteve bom, nem calor nem frio, a animação foi o de sempre, excelente, e o trajecto fez-se a um bom ritmo. Parti com a intenção de fazer o percurso em menos de 40 minutos mas, infelizmente não deu. 40:04, foi o que fiz. Não consigo deixar de pensar que se conseguisse arrancar bem logo de início, os 40 minutos seriam facilmente batidos.
Ainda assim, 438 no total de 9262 atletas que terminaram a prova, não me parece mau de todo. Mas para o ano isto terá que melhorar.
 
sexta-feira, outubro 15, 2010, posted by # 7 at 22:58
Acho que já escrevi sobre isto, sobre o ser-humano e a sua banalidade, a sua irrelevância perante o Universo, a sua constante e eterna monotonia. Sim, penso que sim e seria fácil constatá-lo pela simples visualização dos antigos posts mas, não me apetece. Prefiro voltar a escrever.


Após esta breve e (penso que) clara introdução, posso entao começar a exprimir o que me vai na alma.

Apesar de ser humano, de ter filhos e família que são tudo para mim, alguns(pouquíssimos) amigos a quem desejo tudo de bom, para toda a eternidade, a verdade é que todos os dias da minha vida me sinto triste, repugnado mesmo por pertencer a esta espécie. Esta espécie que mais não faz que ser monotonamente banal, repetitiva e previsível. Os meus horizontes, por mais pequenos que possam ser, tornam-se escuros e sombrios ao constatar que, irremediavelmente, sou um de vós, um de nós ou um do que quer que seja que nos queiram chamar.

A vida, "aquilo" a que damos tanta importância, mais não passa que um curto período de tempo em que nos é dada a oportunidade de tentarmos, sem qualquer sucesso, como é óbvio, atingir um patamar de felicidade que nos leve a acreditar que viver é uma benção. Não, viver não é uma benção. É apenas uma tarefa, algo que temos que fazer. 

Por aqui andamos, a fazer o que nos é imposto, uns mais, outros menos. Uns detêm o dom do capital, da riqueza material, outros são meros operários, escravos da sua própria vida. Uns são inteligentes e fazem-se valer desse dom, outros, burros que nem uma porta empenada cheia de caruncho, mas, ainda asim, sobrevivem.  A verdade é uma, inegável e irrefutável: somos mesquinhos, maus, invejosos e tantas outras coisas mais. Mas, mais que tudo, somos aborrecidos. Previsíveis, repetitivos, sem ambição. Somos, no fundo, tristes. E por isso procuramos sempre e para sempre algo novo, algo fantasioso que nos faça sonhar. Que nos faça acreditar que a nossa existência tem um significado, por muito pequeno que esse possa ser.


A minha opinião? Não, não existe significado algum para estarmos aqui, para permanecermos neste mundo. Somos apenas animais e morreremos como os animais que somos. Somente isso, monótonos e aborrecidos, sentados nas nosas poltronas enquento os outros nos dizem como devemos viver a nossa vida, o que é certo e o que é errado, o que é belo e o que é horrendo. Sentados no nosso trono decadente, sempre julgando que somos mais do que realmente somos. Ou seja, carne, osso, sangue e nada mais.

 
quinta-feira, outubro 14, 2010, posted by # 7 at 20:07
Run hard, be strong, think big.
                                   Percy Cerutty
 
A citação deste excêntrico treinador de atletismo é tão verdadeira.
 
Há uns anos atrás, não tantos quanto isso, só o pensamento de correr deixava-me cansado. Quando comecei, corri a rídicula distância de 1700 metros num ainda mais ridículo tempo de 12 minutos. Fiquei de rastos, pensava que o meu coração ia explodr e mal conseguia respirar.
 
Gradualmente, os treinos aumentaram. Ainda assim fiz uns tempos bem lamentáveis, dos quais me recordo especialmente de um. A minha primeira travessia na Ponte Vasco da Gama. E não, não foi na meia-maratona. Foi na mini-maratona, aquela que tem apenas 7 km de percurso. 01:12 minutos a percorrer a distância. Mau, não é.
Mas melhores tempos viriam, as meias-maratonas foram sendo superadas em tempos muito bons, tendo em consideração os meus treinos e fui ficando satizfeito com a minha evolução. 
 
Mas ultimamente, os meus tempos não melhoravam. É óbvio que não irei evoluir sempre. Aliás, perto estarão os dias em que as minhas prestações se tornarão mais fracas. Mas ainda não chegaram esses dias.
A minha média de 4 minutos e 25 segundos por km só era batida em provas, onde consegui atingir os 4.2/km. Nada de extremamente extraordinário, mas já dá para umas boas passadas. 
 
Esta semana, mais precisamente ontem, resolvi arriscar um pouco mais. Tentar o próximo passo. Preparei-me, depois de um dia de trabalho, e saí. Parti forte, com vontade de conseguir algo. Ao início, sentia-me bem. Depois, comecei a sentir as pernas pesadas. Já não tinha bem a noção se estaria a manter o ritmo ou se estava mais lento. Felizmente, o meu treinador pessoal (um programa de treino que tenho no telemóvel e que funciona por gps) mantinha-me constantemente informado sobre a distância percorrida e sobre o ritmo imposto. Isso deu-me margem de manobra para controlar e dosear o esforço, por forma a não quebrar. Infelizmente, comecei a sentir-me muito cansado. O calor incomodava-me, a respiração, por vezes, ficava descontrolada e, em algumas ocasiões, o ritmo por km aumentava em largos segundos. Foi a corrida que mais me custou fazer, exceptuando aquela que fiz no ano passado, no Verão, quando estavam 31º. Mas continuei, pensei no que sentiria se desistisse e não me agradou a ideia de ficar desiludido comigo mesmo. Penei, os pés ardiam-me mas, tudo isso foi compensado no final. 00:48:31 a percorrer 12.49 km. Média de 3.55segundos por km. O meu recorde pessoal.
 
Pois é, por muito que muita gente faça melhor que eu, este é o meu melhor até agora. E sabem que mais? Para variar, estou um pouco orgulhoso de mim mesmo.
 
terça-feira, outubro 05, 2010, posted by # 7 at 12:17
Pois é. Agora sou oficialmente um 4 olhos. A idade não perdoa mesmo.

Já há alguns anos, num exame médico de rotina, a médica me aconselhou a ir ver um oftamologista, pois estava a perder visão numa vista. Passados 2 anos, voltei a fazer os tais exames de rotina e levei uma senhora descasca por ainda não ter ido tratar deste meu problema. Escusado será dizer que a minha visão tinha piorado e já estava a afectar os dois olhos.

Ainda assim, não fui ao oculista. Não que tenha algo contra a utilização de óculos, mas por mera preguiça mesmo. Sim, sou um pecador.

Mas, neste último Verão, comecei a sentir dores de cabeça, dificudade em ler legendas de filmes e a visão a ficar mais e mais desfocada. Aí sim, decidi ir tratar disto de uma vez por todas.

E agora, cá estou, com um par de óculos na cara, a sentir-me tonto, mas a ver melhor.
Quase que pareço um intelectual. Pode ser que dê para causar boa impressão a alguns Professores.
 
, posted by # 7 at 01:26
A fotografia que se encontra no topo deste post, não é deste ano, mas sim de Fevereiro de 2009, altura em que decorreu o III Duatlo do Jamor. Coloquei-a aqui para mostrar como estavam as condições climatéricas nesse dia, por forma a compará-las com as que estavam no passado Domingo, dia em que se realizou o IV Duatlo do Jamor. Resumindo, semelhantes. Chuva, vento, lama.

A principal diferença do ano passado para este, prende-se com o facto de desta vez ter acordado com uma enorme dor nas costas. Uma dor tão aguda, que nem conseguia inclinar a cabeça para baixo. Pensei em não ir à prova, mas a simples ideia causava-me mais dor do que as minhas costas. Desistir é próprio dos fracos. E eu sei que virei a fraquejar, eventualmente. Mas ainda não chegou esse tempo.

Sendo assim, lá fui, sozinho. O tempo estava cinzento e a chuva caía. Coloquei a bike no PT e esperei, fazendo alguns aquecimentos. 

A hora da partida chegou e lá fui eu. Na primeira corrida, 5 km, fiz 00:19:54 contra os 00:21:12 do último ano. Em btt, demorei 00:47:54, ao invés de 01:09:11 da prova em 2009. No segmento final, a corrida de 2,5 km, foi onde a diferença foi menos notória. Fiz 11:05 enquanto que no último ano fiz 11:12. Ainda assim, a diferença total foi boa. 01:18:54 este ano, versus 01:41:35 em 2009. Tive pena que os meus companheiros dos últimos anos não tivessem comparecido, mas lá terão as suas razões.

A prova foi substancialmente diferente este ano, tanto na corrida como em btt. As principais diferenças foram a dificuldade aumentada no segmento de btt, com muito mais subidas íngremes do que nos anos transactos e nos percursos das corridas. Aqui, uma alteração de muito bom gosto. Alteraram o final da prova, de modo a que déssemos uma volta no tartan do Estádio Nacional. Muito bem pensado. Uma excelente forma de terminar uma prova.

Apesar das dores, da chuva e do vento que se fizeram sentir, o dia foi produtivo e diferente. Senti-me vivo.



 
Emanuel Simoes

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