terça-feira, setembro 22, 2009, posted by # 7 at 13:18
 
domingo, setembro 20, 2009, posted by # 7 at 22:12

Odeio este mundo. É trise, mas é verdade.

Não tenho alternativa, pois até ver, é o único em que posso habitar, mas odeio-o.
Todos os dias este meu ódio cresce. A cada notícia, a cada acontecimento.

O sujeito que conduziu embriagado e dilacerou uma familia inteira que seguia calmamente no seu caminho para casa, após contratar um famoso e prestigiado advogado, é colocado em liberdade, sem qualquer castigo, impunemente. O indivíduo que atropela alguém que lhe surge no caminho repentinamente, sem posses para sua defesa, tem que cumprir pena efectiva de prisão.

Os senhores do capital que são apanhados em escutas telefónicas, em que inquestionavelmente são culpados de corrupção e outros crimes, são ilibados pois tais escutas são ilegais. Com alguma sorte, ainda receberão indemnizações devido à ilegalidade da situação. Aquele que passou a 100 km/h onde o limite são 90 km/h terá que pagar uma multa. E na hora, sem contestação.

Que mundo é este onde o dinheiro e as influências imperam?
Dizemos todos defender a igualdade mas no final do dia quem tem posses descansa na sua poltrona de pele e o pobre honrado luta por conseguir mostrar a sua honestidade sem recorrer a truques ou invenções.

Odeio este mundo, onde tudo está ao contrário. Onde não há necessidade absolutamente alguma de se passar fome e, no entanto, milhares de pessoas, incluindo crianças, morrem devido a falta de nutrição.

Os senhores do dinheiro, da corrupção, da droga, do vício, esses dormem tranquilos à noite. Pois os seus não passam necessidades.

Política, corrupção, dinheiro, influências, desprezo pela vida....... O currículo perfeito para se ser alguém na vida.

É cruel este mundo, mas, o pior está para vir.
 
sábado, setembro 19, 2009, posted by # 7 at 21:24
Mais uma prova a que me sujeitei, neste Sábado, dia 19 de Setembro de 2009.

Estranhamente, esta prova foi realizada da parte da tarde. Estranhamente para mim, que desde que ando nesta vida de parvo, nunca participei em nenhum duatlo que não fosse realizado pela manhã.

Mais uma vez, lá fui, sozinho, com a minha bicicleta.
Cheguei, tratei da papelada, fiz o aquecimento e dirigi-me ao local de partida, assim que foi anunciado que a hora estava a chegar.

Arranquei bem para o primeiro segmento de corrida. Muitos cometeram o erro de tentar iniciar a um ritmo elevado, tal como os que lá foram para disputar lugares cimeiros, mas cedo se aperceberam que foi um erro, à medida que foram ficando para trás.
Depois dos 4 km e 100 metros da primeira corrida, montei-me na bicicleta e lá fui, para a segunda parte da prova.

O percurso não era muito complexo, ainda que tivesse uma descida de terra batida algo perigosa. Mas fazia-se bem, com calma.
Senti que estava bem, a fazer um bom tempo. Até que, na terceira de quatro voltas, fui traído pelas cãibras. Os meus músculos ficaram completamente presos. Quase desesperei ao início, mas lá fui gerindo o esforço para que a dor atenuasse.

Que todo o mal fosse esse.

Praticamente no final da última volta, um prego trespassou a roda traseira da minha bicicleta. Nem queria acreditar. Tão perto do final, acontece-me um azar destes.

Ok, faltava pouco mais de 1 km para o segmento final de corrida. Até podia agarrar na bicicleta, demorar mais 10 minutos e chegar ao ponto de transição. Mas depois de tanto esforço, de tanta luta contra a dor, fazer um tempo ridículo? Nem pensar. Desisti.
Estou aborrecido, mas é como um colega meu me disse, faz parte.

Para a próxima irá correr melhor......espero eu.
 
sexta-feira, setembro 18, 2009, posted by # 7 at 22:19

Bem, agora sim, é definitivo.

Depois de fazer o exame de avaliação de aptidões para o acesso à universidade tive que esperar pelos resultados. Terceira melhor nota, o que não quer dizer que tenha sido grande nota.

Faltava ainda apresentar a minha candidatura e esperar que houvesse vaga para mim. Assim o fiz. Esperei, saíram os resultados, entrei.

Parece que sou o mais recente universitário da família.

Não posso ser falso, estou nervoso, muito nervoso. Fui fazer a matrícula com o coração a 100 à hora. Cada vez que penso no que me espera, nos horários a conciliar, nas desilusões que hão-de vir, parece que desespero, mas, há sempre um mas, tenho que encher o peito, erguer a cabeça e enfrentar o que vier.

Corra bem ou corra mal, uma coisa é certa, lembro-me de há panos atrás dizer a toda a gente que nunca iria terminar o 12º ano de escolaridade. E hoje aqui estou, a escrever em como entrei para o ensino superior. Algo impensável para mim, mesmo. Nunca, mas nunca me imaginei nesta posição.

Infelizmente optei por isto um pouco tardiamente. Com filhos e encargos será certamente mais complicado atingir determinados objectivos que se impõem. Mas será apenas outra batalha. Mais uma que, mesmo que não a vença, as cicatrizes cá ficarão para me lembrar para sempre que um dia tive a coragem de a travar.
 
segunda-feira, setembro 14, 2009, posted by # 7 at 20:46
Pobre de ti, tão só, tão abandonado. Não vais às festas organizadas pelos que dizem estar na moda, os "fixes", os "cool".

Tão desprezado que és, tão só. Passam por ti e nem têm a decência de te fitar nos olhos.
Pobre de ti, que nunca serás aceite nesse grupo restricto de celebridades, meninos e meninas bonitos de cabelo perfeito e faces invejáveis.

Solitário te encontras enquanto todos parecem ter enormes grupos de amigos, ser felizes, ser alguém.

Juntam-se e divertem-se. Comem e bebem em festas bonitas, organizadas para causar inveja aos de fora, como tu, e se sentirem desejados e importantes.
Falam em como são diferentes de tudo e todos, em como vão mudar o mundo quando, na verdade, são todos iguais. Fotocópias, clones.
Olham para ti, coitadinho, tão triste, e chamam-te aberração, diferente, excluído. E tu sentes-te mal com isso. Sentes que não és suficientemente igual para ousar ser diferente.
És um dos outros, dos que felizmente para esta superior espécie, existe em pequena escala e passam relativamente despercebidos por entre a multidão.

Eles sim, marcarão a diferença. Serão sempre tão iguais uns aos outros, que estão plenamente convencidos que nada os irá derotar, que o mundo gira em seu redor.
Tão triste que és tu, só, abandonado, excluído.

Agora pára, abre os olhos, liberta a mente. Não vês? Não percebes? És diferente sim. E sempre o serás, pois é necessário que se seja diferente para governar os que não passam de cópias do que está na moda.

És o pastor. E quem te despreza e te chama de diferente, são apenas as ovelhas que conduzirás ao destino final.

Pobres deles, tão iguais, tão banais. Nem desconfiam do destino reservado para si, tal é a sua concentração na própria imagem.
 
sábado, setembro 12, 2009, posted by # 7 at 23:53
Tudo isto me sufoca. Esta luz artificial a que chamam de vida, esta forma de estar que me dizem ser a correcta, a aceitável.

Todas estas normas me deitam abaixo, me fazem sentir um verme.

Tenho que andar como querem que ande, falar como querem que fale, viver da forma que querem que viva.
Sinto-me encurralado, como que esmagado por paredes de betão, frio, áspero, mas que não me mata. Apenas me tortura o suficiente até que ceda aos seus caprichos.

Os estranhos são vistos como aberrações, pessoas sem lugar na sociedade, parasitas. Mas, curiosamente, sinto-me um deles. Sinto-me um vírus, como alguém que conheço diria, mas um vírus contraditório.

Sou um vírus relativamente ao que todos chamam de correcto. Porque não aceito esta submissão que está presente em todos nós, porque me recuso a acreditar que a vida seja tão fria, tão linear, tão crua.

Onde está a fantasia? Onde está o prazer em quebrar barreiras, regras, imposições sociais? Estaremos assim tão hipnotizados pelo que nos é imposto, que mal temos força para aspirar alcançar qualquer tipo de sonho?
Sabem que mais? Acho que sim. Acho que os filmes de zombies finalmente transpuseram a barreira do ecrã e se implementaram de forma firme na realidade. Nós somos os zombies, os alienados.
Andamos por aqui à espera do dia da nossa morte sem termos o mínimo de coragem para saltar a vedação, viver livremente, ser selvagem.

Digam o que disserem, meus "amigos", somos animais e pouco mais que isso. Necessitamos de aventura, perigo, surpresa, adrenalina.
Ousemos viver, com ou sem medo, mas viver, no limite, sem imposições banais e ridículas.

Sim, sou um vírus, pois oponho-me ao que chamam socialmente e moralmente aceite.
E vocês? Serão vocês os incumbidos de me julgar? Não me parece.
 
, posted by # 7 at 23:05
Bem, a minha pequena estrelinha é altamente viciada em bolas.

Nesta humilde residência deverão existir cerca de 7374 bolas, todas da senhora princesa Beatriz, mas, ainda assim, cada vez que vou comprar algo a uma loja de desporto ou outra qualquer em que existam bolas, PIMBA, lá tenho eu que comprar outra.

Grandes, pequenas, de borracha, de esponja, com desenhos mais à menino, com desenhos bem cor de rosa, tudo vale.

O que vale é que as gatas que habitam o jardim lá vão destruindo algumas, mas sem darem grande andamento à coisa, visto que por cada uma que eliminam, outras quatro novas chegas a casa.

Não sei de onde vem este vício louco, pois é certo e sabido que os miúdos gostam de bolas, mas desta forma, é demais.

Pode ser que venha a ser grande atleta numa qualquer modalidade desportiva que envolva interacção com bolas. Se assim for, compro-lhe mais uns milhares delas, como recompensa pelo esforço.

Até lá, vou comprando apenas porque ela me pede.
Fazer o quê? Ser pai é mesmo isto.
 
, posted by # 7 at 01:46
Tanto frio que sinto. Estranho.
Quer-me parecer que não sei onde estou.

Oiço sons abafados, choro, gritos. Sinto que sou puxado para fora de mim mesmo, como que se o meu interior espiritual estivesse a ser sugado por uma qualquer força desconhecida.

Sinto-me a abandonar o meu corpo físico, a flutuar, sem forma de controlar o meu destino.

Subitamente, fico estável no ar. Por baixo de mim, a enorme e negra caixa de madeira em que descansa o que outrora foi o meu derradeiro transporte neste mundo, o meu corpo.

Descubro agora a origem dos sons, dos gritos. Meus pais, irmãos, família e até alguns amigos, fitam o chão molhado pela chuva que insiste em cair. Uns mais serenos, ainda que sérios. Outros gritando, chorando, abraçando-se mutuamente.

Estranho, nunca pensei que a morte fosse assim.

O frio passou quando a transição ficou completa. Nada mais sinto. Apenas a emergente vontade de me dirigir a esta insistente luz que me acompanha, olhe eu para onde olhar.
Fito mais uma vez a minha família, os meus mais que tudo. E aí, nesse preciso momento, sinto dor. Sinto vontade de chorar, revolta.

Mas sei que nada há a fazer.

Olho-os nos olhos e abraço-os mentalmente.
Amigos, família, não chorem, não sofram. A minha hora chegou e cá vos espero.
 
domingo, setembro 06, 2009, posted by # 7 at 18:35
O Sol brilha, a temperatura é perfeita. Corre uma suave brisa, morna, gentil. A luz é a indicada para uma boa leitura.

Não há ruído de automóveis, aviões ou qualquer outra interferência humana. Apenas os sons da natureza se fazem ouvir. O chilrear dos pássaros, o crepitar das folhas secas, a água que segue calmamente o seu curso.

Dia convidativo para se sentar numa pedra, abrir um livro e usufruir de uma leitura relaxada, tranquila, calma.

Dia perfeito, não?

Talvez, mas, quanto a mim, só consigo pensar nos contras.

As moscas que insistem em pousar em cima de mim, os mosquitos que me picam. O fétido odor de fezes de cão, as irritantes formigas que insistem em ferrar os dentes em mim.
O suor que atrai mais e mais bichos, a dificuldade sentida em se concentrar na leitura devido a todos estes entraves.

Parece-me que vejo mais o lado mau do que o lado bom.
Defeitos. Defeitos em tudo.

Serei eu um pessoa má? Serei eu o único a sentir-se irritado com as adversidades?

Ou serei eu um dos poucos que se resigna a aceitar que não há nem nunca haverá um dia perfeito?
 
quarta-feira, setembro 02, 2009, posted by # 7 at 21:19
Adoro-te.

Adoro a tua imagem, o teu olhar enigmático que nunca deixa verdadeiramente transparecer o que te vai na alma.

Adoro cada curva do teu corpo, cada traço que te define.

Perco-me durante horas, dias se for preciso, na tua imagem.

Venero tudo em ti. És a perfeição. És única, insubstituível.

Sinto o teu odor e arrepio-me, o teu toque faz-me estremecer, sair de mim. Elevas-me a um nível que nunca imaginei ser possível.

És a música que quero ouvir até que a minha alma decida abandonar o meu corpo. A tua voz é suave, doce, límpida. Faz-me sentir que estou a voar sobre todo este lodo em que vivo.

O teu corpo é um sonho. Um desejo intangível para o comum dos mortais. Uma tentação até para quem diz ser imune ao desejo.

A tua perfeição leva-me a pensar que não sou merecedor de ser teu, de seres minha.
A luz que deixas transparecer elimina toda e qualquer réstia de escuridão que teimosamente insista em trazer tristeza à minha vida.

És bela, a mais bela.

És tudo para mim, és minha e eu sou teu. Teu até ao fim, mesmo depois do abraço inevitável da morte. Serei teu, serás minha.

Abro os olhos. O tecto é negro, o ar é húmido, desagradável, doentio. As paredes de cimento, por pintar, cercam-me. Parecem querer abraçar-me num aperto sufocante.
Penso novamente em ti e encaro a realidade. Não existes. És um sonho, o meu sonho.

Fecho os olhos e volto à podridão.

Adoro-te, mas não és real.
 
Emanuel Simoes

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