sexta-feira, março 08, 2013, posted by # 7 at 23:32






Se me perguntam qual o meu sonho, ou melhor, se me perguntavam qual o meu sonho, quase instintivamente, a minha resposta seria: "Que os meus filhos, a minha família e os meus amigos sejam felizes para sempre."

Mas a verdade é que, pensando bem, esses não são os meus sonhos. Esses são os meus desejos.
É certo que são os meus desejos mais fortes, que é realmente o que mais quero que aconteça neste mundo. Mas não são os meus sonhos.

Os sonhos de cada um consistem naquelas pequenas, ou grandes, coisas que nos ocupam a mente e que nos parecem, por vezes loucas, por vezes impossíveis. 
E a verdade é que, quem simplesmente abdica dos seus sonhos, passa a viver uma vida banal. Mesmo que não o entenda, mesmo que não o assuma, mesmo que não o veja.

A monotonia do comer, dormir, sair para o trabalho, regressar a casa, comer, dormir, esperar pelo fim do mês para receber, marcar férias e tirar muitas fotos para mostrar a todos e mais alguns, a mim, faz-me confusão.
Ok, é como a religião. Ou seja, é o que é mais usual e comum, nos dias que correm. 
Mas...e então? Lá porque a maior parte das pessoas se contenta com banalidades materiais, eu tenho que agir de forma igual? Só porque o que nos faz parecer bem é ter uma grande casa, um bom carro, frequentar os locais "in", implica que eu tenha que ser assim?
Não me parece. E logo eu.

Os meus sonhos são tão simples, que até podem ser motivo de chacota por parte de toda a gente. Mas, quem me conhece, sabe que quanto mais me gozam, mais eu me empenho no que acredito.

Então, com isto tudo, os meus sonhos são algo simples: Eu sonho em correr. Correr no meio da natureza, correr nas montanhas, correr na neve, com frio extremo, com calor sufocante, com vento forte, com chuvas de proporções bíblicas. 
Eu sonho com um dia em que consiga sair de casa e, simplesmente correr, ignorado todas as dores e contrariedades. Correr para sempre, correr pelo mundo.
Sem pensões completas, sem viagens de luxo, sem hóteis finórios, sem praias paradisíacas.
O mundo não é isso. O mundo não é somente o que é bonito.
E o mundo não pode, ou melhor, não devia ser só o trabalhar uma vida inteira para juntar para umas míseras férias de uma semana por ano, num destino qualquer que nos proporciona lindas fotografias.

É isso a essência da vida? Materialismo, dinheiro, carros casas, férias, roupas de marca e afins?
Infelizmente, a resposta é...SIM.

Felizmente, a verdade é que essa norma não se aplica a todos.

Sinceramente, se hoje, neste preciso momento, alguém ou alguma entidade me abordasse e garantisse que os meus filhos e a minha família teriam uma vida repleta de felicidade, eu abdicaria de tudo. Bem, de tudo, menos de dois ou três pares de ténis.           
 
Emanuel Simoes

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