segunda-feira, dezembro 05, 2011, posted by # 7 at 12:20


Falando agora um pouco da prova em si, da organização e das condições proporcionadas aos atletas, infelizmente, não posso dizer que tudo tenha sido bom.
Aliás, para uma prova que deveria ser de nível internacional, ficou muita coisa aquém das minhas expectativas.

Pouco tempo depois da partida, apercebi-me que em certas ruas, embora o trajecto fosse, supostamente, para cumprir em estrada, haviam muitos atletas a cortar caminho por passeios e outros desvios. Ora, parece-me que a organização deveria ter previsto essas ocorrências e deveria ter colocado pessoal a evitar que determinados atletas recorressem à "batota". Cheguei mesmo a presenciar um polícia a dizer a alguns atletas que o que eles estavam a fazer era errado. Mas não me parece que as suas palavras tenham surtido algum efeito. Enfim, o que vale é que, pelo menos aos atletas a quem eu vi fazerem esses corta-matos, os atalhos de pouco lhes valeram.

Outro pormenor e grande pormenor, foi o facto de não existirem WC durante o percurso. Ora, nas meias-maratonas das pontes, todo o percurso tem cabines WC. Fiquei algo surpreendido com a ausência dessas mesmas cabines. Afinal, tendo em conta que a maior parte dos inscritos até são estrangeiros, que aproveitam vir a Portugal e fazer a maratona, o país fica um pouco mal visto quanto à organização de eventos desportivos. Claro que, se fosse algo relacionado com futebol, a conversa seria outra.

Depois houve ainda a situação do local de chegada, da meta. No Estádio 1º de Maio, em Lisboa. Até aqui, tudo bem. O pior é que o estádio se encontra em obras, o relvado não existe, estando no lugar deste uns enormes montes de terra e uma pessoa termina uma maratona sentindo que se encontra no centro de um local de obras. Muito pouco digno.

Felizmente, nada tenho a dizer em relação aos abastecimentos. Houve quem se queixasse com a qualidade das barras de cereais fornecidas, mas como eu não comi nenhuma e até só usufrui do meu primeiro abastecimento de água aos 25 km, não posso apontar defeitos relacionados com isso.

Tudo isso à parte, a prova fez-se, a partir dos 30 km com bolhas nos pés, o que me obrigou a percorrer o restante caminho com o pé direito a assentar no solo de lado, o que originou que agora esteja com algumas dores no mesmo.

Agora, gostaria de fazer uma outra maratona, talvez fora do país. Quem sabe?
 
domingo, dezembro 04, 2011, posted by # 7 at 21:43


E eis que, mais uma vez, tenho a confirmação de que quando se quer muito atingir determinado objectivo, quase nada nos pode parar.

O que outrora não passava de um sonho com extremamente reduzidas possibilidades de ser concretizado, teve hoje a sua concretização oficial. Oficial porque, a verdade é que já tinha passado a barreira dos 42 km a correr. Mas correr sozinho em treino, nada tem a ver com estar inserido numa competição a sério. Que o digam as minhas enormes bolhas nos pés e as dores de pernas que tenho.

O importante é que está cumprido, o sonho foi alcançado e ainda por cima, conseguindo superar as minhas expectativas em relação à minha prestação.

O pretendido seria concluir os 42,2 km em três horas e meia, talvez mais uns minutos. E isso seria realizado mantendo um ritmo médio de 5 minutos/km, mais coisa menos coisa.

A verdade é que, em competição, não consigo controlar muito bem o meu esforço. E como tal, conclui a prova em 02:59:26, a um ritmo médio de 04:16 por km. Para a primeira maratona, devo dizer que não está nada mau.
Mau estão os meus pés, cheios de bolhas, e as minhas pernas, doridas até mais não.

Mas toda a dor que possa estar a sentir é e foi recompensada com o facto de ter conseguido percorrer toda aquela distância e ter cruzado aquela meta em sprint, apesar das enormes dores que sentia nos pés.

Existem pessoas que não entendem, que chegam mesmo a zombar do fato de eu gostar tanto de correr. Existem pessoas que nos chamam de loucos. Mas eu até já gosto que assim pensem. Afinal, podem ver nas imagens acima, do antes (com os jerseys vermelhos vestidos) e do depois (com a t-shirt apenas entregue a quem percorreu toda a distância): Nós somos loucos mesmo, Loucos & Furiosos.
 
Emanuel Simoes

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