sexta-feira, outubro 05, 2012, posted by # 7 at 00:10

Nos dias que correm, todos, ou quase todos falam e refilam contra o facto de vivermos num mundo onde tudo é falso, onde ninguém é quem diz ser, onde a verdade é simplesmente uma mentira.
E eu não poderia concordar mais.

Quaquer um que tenha o mínimo de discernimento intelectual (e eu até sou um daqueles que está posicionado nas últimas posições, no que toca a este tema) percebe que hoje em dia, o mais importante é transparecer a ilusão do que gostaríamos de ser, mesmo que sejamos precisamente o contrário.

As redes sociais enchem-se de afirmações, posts, frases feitas unidas a pomposas imagens, com afirmações que fazem (ou pretendem fazer) parecer que quem as publica é uma pessoa fora do comum. Íntegra, honesta, bondosa, enfim, perfeita ou, pelo menos, a roçar a perfeição.

A verdade é uma e só uma: TRETAS E MAIS TRETAS.
Se todos fossem o que publicam, o mundo seria um local de extrema perfeição, carregado de alegria, felicidade e harmonia.
Mas as pessoas têm esse grande, enorme defeito. Todos pensam que são perfeitos, que agem da melhor forma e que são os outros que estão mal. Que estão errados. 
Ora, os "outros" pensam exactamente como vocês, como nós. Logo, todos estão errados, ninguém é detentor da razão absoluta. E nem nunca será.

O mundo é feito de erros e de ilusões. Em  todos os aspectos. Todos mesmo.


Não é preciso muito mesmo, para que nos apercebamos da realidade. E essa é que, em todos os aspectos, a vida não passa de uma enorme ilusão em que fingimos permanentemente ser algo que não somos, apoiados por invenções que fazem com que o que é pareça não ser, até que um dia, tudo termina. E aí, não há (ainda) máquina ou engenho algum capaz de desafiar a inevitabilidade do nosso desaparecimento permanente desta terra.
Aí não haverão ricos nem pobres, inteligentes nem burros, maus nem bons. Independentemente do que postem em redes sociais ou afins.

No final, todos são carne, osso, sangue, fluídos, e algumas próteses.
 
Emanuel Simoes

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