terça-feira, fevereiro 15, 2011, posted by # 7 at 16:35





Já começa a ser hábito, cada vez que vou a uma prova, nomeadamente a um duatlo, apanhar chuva e lama. E por já começar a ser hábito, também eu já deveria estar acostumado a essas condições.

Certo é que desta vez, no duatlo das Lezírias, foi simplesmente demais. Todas as anteriores referências a lama, chuva e vento, se tornam verdadeiras rincadeiras de criança quando comparadas com esta última prova a que fui. Todos os 9 km de corrida e os 30 km de bicicleta foram feitos debaixo de chuva intensa, vento forte e lama. Lama que nunca mais acabava. Km e km de lama, que me entrava pelos olhos, pela boca, pelos ouvidos, enfim, por todo, mas todo o lado mesmo.

Nunca tinha pedalado nem corrido em condições tão adversas. Tanto que, desistências foram mais de cem. Eu próprio dei por mim a pensar em desistir, já que a bicicleta quase não punha mudanças e os travões deram o berro, logo no início. Mas não desisti. Não consegui.

Forcei mais um pouco, com os olhos a arder devido a toda a quantidade de lama, água e pedras que neles entravam, pedalei muitos metros de olhos fechados, mas cheguei ao fim.

Mas, sinceramente, acho que vou deixar de participar em provas destas, caso as condições atmosféricas sejam similares às deste passado dia 13 de Fevereiro.

Acho que ainda tenho terra nos olhos.
 
sábado, fevereiro 12, 2011, posted by # 7 at 21:59

Tenho-me sentido estranho. Como que se precisasse de atingir algum objectivo desconhecido, ou que tivesse que obter algo inantangível.

É complicado de explicar, pois nem mesmo eu percebo de onde vem esta sensação de vazio que me assola.

Até o meu discurso está estranho, como que escrito por um adolescente com mais um dos célebres problemas existenciais que marcam essa fase da nossa existência.

A verdade é que, mesmo após ter abandonado esses estranhos e conturbados tempos, continuo a ter estas sensações que me fazem sentir deslocado, vazio, perdido.

Constantemente dou por mim a tentar perceber o que me falta para preencher este vazio que sinto em mim e, constantemente, me encontro num beco sem saída, sem respostas, sem soluções.

O que me falta afinal? Qual o objectivo que tenho que atingir para me sentir completo? Será que existe resposta para estas questões? Ou será que toda a minha vida será uma constante procura por algo que nunca terei?
 
quinta-feira, fevereiro 10, 2011, posted by # 7 at 22:41


Dia 9 de Fevereiro de 2011. 4ª Feira, 12:00. Eis o dia, a hora em que cumpri mais um dos meus sonhos, por muito pequenos que estes possam ser.

A verdade é que, desde 1997 que desejo ter uma bateria, mas nunca achei que tivesse em situação para a adquirir. Mas este bicho que insistia e resistia em se mantar activo em mim, superou toda e qualquer razão e levou-me a cumprir mais um dos meus objectivos.

Agora é uma questão de manter amizades com os vizinhos e esperar que estes não utilizem o telefone demasiadas vezes para apelar à intervenção das autoridades.

A verdade é que só me apetece ir para ali, libertar a fúria.
 
sábado, fevereiro 05, 2011, posted by # 7 at 18:16






Este ano foi uma tristeza, fotograficamente falando. Em 483 fotos tiradas, só apareço numa e mal. 
Eu, no canto superior direito, com o jersey aberto (será que foi por isso, nudez parcial?).
 
sexta-feira, fevereiro 04, 2011, posted by # 7 at 22:23





Como em muitos dias que por mim já passaram, iguais a tantos outros, hoje fui correr.

Levantei-me às 05:30 da manhã, preparei-me para mais um árduo dia de trabalho e lá fui, cumprir a minha sina. Oito horas de trabalho numa linha de montagem, em que mal existe tempo para se coçar.

Hora de saída, o momento tão aguardado.

Venho para casa, equipo-me e vou correr. Hoje é pouco. Apenas 7400 metros, pois tenho que aproveitar o dia para brincar um pouco com os miúdos.

Num dia normal, esta distância é percorrida num tempo que se situa entre os 30 e os 32 minutos. A um ritmo razoável e com algum esforço.
Hoje, como trabalhei muito na fábrica e ouvi algumas palavras de pessoas que desconfiam dos meus tempos, fiz 28:53, um novo recorde pessoal.

Quando terminei de correr, em plena luz do dia, sem me preocupar com quem estava ou não a observar-me, as lágrimas encheram-me o rosto. De alegria, claro, de sensação de dever cumprido, de saber que consigo calar a boca a muitos dos que não acreditam em mim.

Apesar de ter acordado cedíssimo, de te labutado o dia inteiro na fábrica, onde não existem pausas esporádicas, cafézinhos de ocasião e conversas relaxadas, apesar de todo o cansaço que tenta se apoderar de mim ao fim de um dia de trabalho, consegui mais uma vez quebrar barreiras e superar-me. 

Se chorei em público, na rua, onde todos me podiam ver? Sim, chorei. Se me envergonho disso? Nunca, pois chorei pelo meu esforço, pelo meu suor. Se realmente me preocupo que vocês achem que exagero? Nem por isso. Só quem conhece o prazer que se pode tirar da dor que vem em quebrar limites é que pode dizer-me o que quer que seja. Quanto aos outros, sentem-se no sofá, vejam televisão, morram de tédio.
 
quinta-feira, fevereiro 03, 2011, posted by # 7 at 21:15





Se o vires, esvoaçante, com o seu ar angelical, transportando toda aquela aura de ternura e carinho...mata-o. Abate-o e, quando estiver no chão, pontapeia-o fortemente. Nas costelas e nos rins, de preferência, pois será onde inflingirá mais dor e estragos.

Se o vires, de cabelos loiros e caracóies perfeitos, sorrindo e espalhando o seu produto, o amor...espanca-o. Bate-lhe violentamente até que os teus próprios nós dos dedos fiquem negros e sangrentos. Rebenta-lhe com os ossos faciais, empurra-lhe os olhos para dentro das cavidades oculares com a força dos teus murros.

Se te cruzares com ele, num daqueles dias em que a temperatura é amena, a brisa morna e os passarinhos cantam...pontapeia-o nos tomates e pergunta-lhe se ele está a amar tudo isto. Olha-o nos olhos e pergunta-lhe porque é que, se o seu trabalho é espalhar amor, existe tanto ódio e desprezo. Onde anda ele na sua hora de trabalho?

Depois, mata, esfola, espanca, destrói. 

Love is fucking dead.
 
quarta-feira, fevereiro 02, 2011, posted by # 7 at 21:38





 
Emanuel Simoes

Criar seu atalho