segunda-feira, outubro 27, 2008, posted by # 7 at 21:14

Deve ser do tempo, da aproximação dos dias mais escuros e sombrios.
Deve ser do vento que uiva por entre todos os cantos e recantos.
Deve ser das sombras que cada vez são mais presentes.

Seja porque for, a verdade é que me volto a embrenhar neste sentimento de solidão. Por mais pessoas que me rodeiem, aquela bolha protectora que me afasta parece estar cada vez mais forte.
Quanto mais gente tenho à minha volta, mais afastado me sinto, porque me apercebo que não tenho as mesmas opiniões e pensamentos, o mesmo sentido de sociedade.
Cada vez me sinto mais à parte do que me rodeia.

Dou por mim a conduzir e a olhar para a estrada como se fosse infinita, como se o tempo não passasse e como se aquele momento não terminasse. E ali, só, sinto-me bem porque não há mais ninguém. Ninguém para desiludir, ninguém por quem tentar ser melhor do que realmente sou. Nem uma pessoa que se possa sentir defraudada com o meu verdadeiro eu.

Volto a sentir que vivo num mundo ao qual não pertenço e, embora todos os dias agradeça pela boa fortuna que me foi proporcionada, pelas pessoas que me querem bem, pelos filhos que me fazem sorrir, sei que não sou igual aos outros. Sou uns números abaixo.
 
sábado, outubro 25, 2008, posted by # 7 at 01:50
 
, posted by # 7 at 01:47

Pain

Makes

Me

Feel

Alive
 
segunda-feira, outubro 20, 2008, posted by # 7 at 12:22
Como de costume, mais um ano, mais uma corrida do tejo.
Apesar da altura do ano e de no dia anterior à corrida, Lisboa ter sido palco de cheias devido à chuva intensa, o dia da prova revelou-se solarengo e agradável.
Para ser sincero, não me importava que tivesse chovido um pouco nesse dia, pois acho bastante agradável correr debaixo de alguma chuva.

Fui mais uma vez acompanhado pelo meu pai e pelo meu sogro, mas desta vez eu parti de um grupo mais à frente, enquanto que eles ficaram no fim da fila.

Muitas caras conhecidas de outras corridas, muitos malucos que claramente vivem estes dias como se fossem crianças, mas é mesmo este ambiente que torna estas provas tão apelativas.
O meu objectivo era superar o tempo do ano anterior e foi tarefa que se revelou bastante simples. Noto cada vez mais a minha evolução.

Nos 10 km percorridos, fiquei na posição 764 em 10500 inscritos. Devo dizer que apesar de ter feito um bom tempo e de ter ficado numa posição razoavelmente boa, gostaria de ficar em lugares mais cimeiros no futuro. Mas há muita gente a correr bem, mais do que esperava. Nada que uma pequena intensificação de treinos não resolva.

O percurso desta prova é muito apelativo. Corremos sempre com o Tejo a nosso lado e há muita animação proporcionada pela organização.
Uma manhã bem passada a repetir por tantos anos quanto consiga.
 
sexta-feira, outubro 17, 2008, posted by # 7 at 22:14
Quando resolvi abandonar de vez a minha vida de sedentarismo, os meus objectivos ainda não tinham consistência e eram como que uma idéia vaga no meio do nevoeiro.

Primeiro dediquei-me à construção do meu próprio ginásio, adquirindo máquinas e material necessário. Mas cedo me convenci de que o ginásio é muito bom, mas apenas como complemento de actividades físicas praticadas ao ar livre. O estar sempre fechado numa divisão a puxar ferro não é para mim.

Decidi então começar acorrer. Lembro-me do primeiro dia. Corri 12 minutos e pensava que o meu coração iria explodir. Mais tarde, após muito treino, resolvi tentar a meia hora.
A muito custo lá foi. Passado pouco tempo fazia duas vezes por semana, corrida de 30 minutos. Tudo estava bem até que um colega meu me disse que corria 45 minutos com outro amigo. Fiquei devastado. Então uma pessoa relativamente gorda, amiga dos excessos e fumadora, diz-me que corre todo esse tempo enquanto eu faço menos? Nada feito.
Comecei a treinar mais e mais, a participar em provas de 10 kilómetros e de repente já corria uma hora de seguida.
Quando dei por mim, o meu pai inscreveu-me numa meia-maratona e fiz os 21 km sem grandes dificuldades.

Actualmente já fiz duas meias e farei por certo muitas mais, incluindo maratonas de bicicleta, desporto ao qual me dedico agora com alguma intensidade.
Depois de todas estas provas, o meu sonho fixou-se na realização da mítica maratona. 42 km de corrida a percorrer sempre a muito custo para quem é novo nas andanças.
É algo puxado e era o meu sonho até há bem pouco tempo.

Mas depois.......depois surgiu o ironman. Uma prova de triatlo que consiste em 3,8 km a nadar, 180 km a pedalar e termina com uma maratona.
Isto sim, a derradeira competição. Para profissionais, os lugares cimeiros poderão estar nos horizontes, mas para o resto, o simples facto de terminar, consiste numa realização pessoal. E para mim, se algum dia nesta minha curta vida, tiver a oportunidade de realizar esta prova, serei um homem feliz. Serei o testemunho de que conseguimos fazer tudo, mas para isso terei que fazer duas ou três maratonas, assim como uns quantos triatlos.
Falta-me a dedicação à natação para me sentir preparado para abraçar esta modalidade.

Não sou um homem de Deus, mas se houver alguma coisa que zela por nós neste estranho Universo, peço que me dê a chance de ser um dos muitos que já terminaram tão sublime desafio.

Já vi exemplos de força e coragem por parte de pessoas que provavelmente ninguém acreditaria serem capazes de terminar a prova, desde pais a carregarem os filhos, até pessoas cegas com 60 anos de idade.
A força de vontade comanda o corpo.
 
, posted by # 7 at 22:12
 
sábado, outubro 11, 2008, posted by # 7 at 21:43
Hoje fiz a minha primeira meia-maratona em btt.
Levantei-me bem cedo, fui ter com os meus colegas e lá arrancámos, num meio de transporte bem pitoresco por sinal. Daqui a algum tempo colocarei aqui fotos da sublime viatura.

O dia estava instável. Calor tropical, nuvens no céu e algum receio da chuva que poderia vir. Bem dito bem certo. À chegada a Alcácer, a água começou a cair sobre o vidro frontal do nosso transporte. A temperatura começou a descer e eu, como bom amador, apenas de camisola de manga curta.

Enquanto esperávamos até ser dado o sinal de partida, a chuva intensificou-se, assim como o frio. Parecia um pinto, completamente encharcado. As gotas caíam do capacete para o chão em pequenos rodopios causados pela brisa fria.

Finalmente foi dado o sinal, e quando eu pensava que era hora de aquecer, constatei que afinal o arranque era só um dos arranques. Ou seja, partimos, andámos uns metros valentes, apenas para tornar a parar mais à frente, no verdadeiro ponto de partida.

Apesar das contrariedades, chuva e frio, lá fomos, a um ritmo que cedo nos fez aquecer.
Inscrevi-me na prova dos 66 km, com algum receio, visto ser a minha estreia em provas do género, e de haver uma de quarenta e poucos quilómetros.
Ainda assim, constatei agradavelmente que estou em boa forma e que os meus receios eram infundados. Óbvio que houve algumas partes em que a dificuldade foi maior, mas nada que não se superasse.

Porém, algo tremendamente mau me aguardava.
Quando já me imaginava a cortar a meta, com um bom tempo, por sinal, eis senão quando a minha corrente se parte.
Percorria na altura um trilho bastante arenoso, utilizando para isso alguma força para a bicicleta não parar. Ao que parece a força foi excessiva e a corrente acabou por ceder. O conta-quilómetros marcava 60 km.
Ainda fiz mais dois sem corrente, mas nenhum dos participantes que passou por mim se disponibilizou para me ajudar.

Sinceramente e sem medo de ser criticado, o que senti foi revolta, fúria, vontade de atirar a bicicleta de uma ribanceira abaixo.
A 4 km do fim tive um azar tremendo e, pior que isso, ninguém me quis ajudar.
Ok, competição é competição, mas ainda assim não entendo. Eu certamente ajudaria qualquer um que me pedisse auxílio, mas pronto, não é uma obrigação.
Assim sendo, tive que ir de carrinha até perto da meta, não tive classificação e fiquei completamente desiludido.

Faz-me confusão o facto de não me terem ajudado e da organização não fornecer auxílio mecânico aos atletas, mas para a próxima voltarei a dar o meu melhor, desta vez mais bem preparado.

O que posso dizer é que esta prova foi uma para esquecer.
 
segunda-feira, outubro 06, 2008, posted by # 7 at 11:09
 
, posted by # 7 at 10:54
Para complementar as corridas tenho entrado cada vez mais no mundo do ciclismo. Já o fazia regularmente, mas agora resolvi levar mais a sério esta modalidade desportiva.
Adquiri uma bicicleta "nova" (comprei em segunda mão), algum equipamento melhor e concilio percursos de estrada com saídas para o campo.

Em estrada, o importante é resistência e velocidade. Tento sempre fazer o menor tempo possível, consistindo assim num bom treino para as pernas.
Já no campo, a conversa é outra. Temos resistência, força, também a velocidade em algumas descidas bem íngremes e claro, as quedas.

Ontem fui pedalar com um grupo razoavelmente composto por caminhos que, obviamente, não conheço. Basicamente limito-me a seguir para onde a malta vai e pronto.
Entre subidas e descidas, pedras e buracos, lá fui, sempre tentando não me distrair, pois quando não se conhece o trajecto, é melhor não se aventurar demasiado.

Infelizmente, numa descida algo rápida, larguei os travões quando não o deveria ter feito, a bicicleta entrou num buraco e deu-se a queda. Não foi a minha primeira, mas foi a mais aparatosa. Fiquei com a perna e o braço a sangrar, tenho dores do impacto e algumas feridas nas mãos.

Felizmente foi mais fogo de vista do que outra coisa. A perna tinha tanto sangue que pensei que fosse uma ferida bem grande, tendo-se revelado apenas num buraco perto do joelho. Pior está o braço. A princípio pensei que fossem só arranhões, afinal é queimado mesmo. Mas tudo passa. Pronto para outra.

Para a semana tenho uma meia-maratona de btt em Alcácer e já tenho as minhas primeiras cicatrizes para mostrar. Se der mais uma queda ou outra, olha, espero que não seja nada de grave.
 
Emanuel Simoes

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