segunda-feira, outubro 27, 2008, posted by # 7 at 21:14

Deve ser do tempo, da aproximação dos dias mais escuros e sombrios.
Deve ser do vento que uiva por entre todos os cantos e recantos.
Deve ser das sombras que cada vez são mais presentes.

Seja porque for, a verdade é que me volto a embrenhar neste sentimento de solidão. Por mais pessoas que me rodeiem, aquela bolha protectora que me afasta parece estar cada vez mais forte.
Quanto mais gente tenho à minha volta, mais afastado me sinto, porque me apercebo que não tenho as mesmas opiniões e pensamentos, o mesmo sentido de sociedade.
Cada vez me sinto mais à parte do que me rodeia.

Dou por mim a conduzir e a olhar para a estrada como se fosse infinita, como se o tempo não passasse e como se aquele momento não terminasse. E ali, só, sinto-me bem porque não há mais ninguém. Ninguém para desiludir, ninguém por quem tentar ser melhor do que realmente sou. Nem uma pessoa que se possa sentir defraudada com o meu verdadeiro eu.

Volto a sentir que vivo num mundo ao qual não pertenço e, embora todos os dias agradeça pela boa fortuna que me foi proporcionada, pelas pessoas que me querem bem, pelos filhos que me fazem sorrir, sei que não sou igual aos outros. Sou uns números abaixo.
 
Emanuel Simoes

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