
Tão depressa somos grandes amigos, como a seguir nos falamos como perfeitos estranhos.
É caso para dizer que a linha entre o ódio e o amor é tão ténue que por vezes nem sabemos bem o que sentimos sobre determinada pessoa.
O nosso egoísmo leva-nos a atitudes estranhas e controversas. Se estamos de acordo com outra pessoa, tudo muito bem, temos um aliado, finalmente encontrámos alguém que pensa como nós e tudo faz sentido. Se, por algum motivo, por muito pequeno que seja, alguém discorda, esse sentimento de companheirismo, concordância e até amor, desaparece a uma velocidade fulminante, tornando-se por muitas vezes em desprezo e até ódio.
É por tudo isto que sou muito desconfiado em relação a sentimentos tão fortes como seja o amor e a amizade.
A velocidade com que estes mudam, quer seja por algum erro ou por uma simples mudança de opinião, assustam-me.
Eu sou uma pessoa de amizades fáceis, ou seja, qualquer pessoa que seja minimamente correcta comigo, tem-me como amigo, independentemente de concordar com tudo o que penso ou não. Mas entendo que esta minha disponibilidade para a amizade pode e já foi algo prejudicial. Há sempre pessoas que usam e abusam desses sentimentos e dessa entrega. E normalmente, essas pessoas são aquelas que, por qualquer contrariedade que apareça, se tornam subitamente como estranhas para nós.
Tudo isto é confuso para mim. Tudo isto me faz sentir só e inseguro.
Tão depressa se ama como a seguir se odeia.
Somos uma raça de fracas convicções.