domingo, agosto 24, 2008, posted by # 7 at 15:47

Está a ficar difícil. Já não sei mais que pensar para me distrair da dor, para fazer passar o tempo mais rápido, para fugir de tudo isto.
Afinal de contas, uma cirurgia que é tão simples, está-se a revelar muito difícil de aguentar.
Nem os medicamentos atenuam as dores que sinto.

E o comer, papas, sopas frias, líquidos. Que treta. Estou saturado. Preciso de algo sólido, preciso de saborear o que estou a ingerir.
Realmente percebo que os mais pequenos gostem desta fase. Só se comem gelados, papas, batidos, ou seja, um sem fim de doces que devem fazer as maravilhas dos mais pequenos, mas não as minhas.

Mas como já disse, o pior de tudo são as dores. Neste preciso momento sinto-me tonto, o próprio teclado parece querer fugir debaixo das minhas mãos. Não me apetece estar de pé, deitado nem pensar e estou farto de estar sentado. Estou sem paciência para tudo.
Dormir é tarefa quase impossível. O inchaço na minha garganta faz com que tenha dificuldades em respirar, logo, não descanso, logo, encontro-me irritadiço, o que não é bom para ninguém.

Falar é outro dos meus problemas. Se as dores já são muitas estando calado, quando tento proferir alguma coisa, aumentam consideravelmente.
É muito mau querer falar, apontar para algo que se tenha reparado, corrigir alguma coisa que estejam a dizer e não o conseguir. É difícil ter a minha filha a querer brincar comigo, a perguntar-me coisas e eu mal conseguir responder. É desesperante mesmo.
 
Emanuel Simoes

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