domingo, julho 27, 2008, posted by # 7 at 18:19
Sempre se ouviu falar em pais que batem nos filhos. Uns, apenas com umas palmadas ou tabefes, outros, brutalmente, causando por vezes a morte dos mesmos.

Vê-se com mais frequência que a desejada, reportagens de pais que se encontram em julgamento por agressões graves aos seus filhos, e, com mais frequência ainda, vê-se a sua impunidade ao alegarem que nunca tiveram intenção, ou que não sabem o que lhes passou pela cabeça.
O pior não é estes pais apresentarem estas desculpas absurdas, o mau é o facto de quem tem o poder de os castigar, optar na maioria das vezes pelas penas suspensas e irrisórias.
Já temos direitos a mais. Quem rouba é constantemente ilibado, quem mata quase nunca tem o castigo adequado. Ao menos que protejam as crianças.

Sim, porque infelizmente para ser pai apenas é preciso ter relações sexuais. Infelizmente não há uma lei que proíba certos energúmenos de procriarem.

Sei por experiência própria que não é fácil criar um filho. Por vezes aquelas birras vindas de não sei onde não sei bem porquê tiram-nos do sério. Já dei por mim a cabecear a ombreira de uma porta por não saber o motivo de tamanha birra que a minha pequena fazia.
Mas bater? Bater nem aos animais. Bater é um acto primitivo de defesa, do tempo em que ainda era fundamental ter uma fogueira para nos aquecermos. Bater é para quem não consegue apresentar mais argumentos devido à sua falta de inteligência. Bater é para quem de forte não tem nada.

Talvez pense assim devido à infância que tive, mas, antes de bater à minha filha, preferia cortar a mão que se levantasse para o fazer.

Já passei por muitos momentos de nervosismo, noites sem dormir devido às birras e até já perdi as estribeiras, mas quando digo perder as estribeiras, refiro-me ao facto de já ter tido de gritar bem alto para fazer ver o meu ponto de vista.

Um olhar, um grito no momento certo pode ser muito mais eficaz que uma palmada. Não sou nada apologista de deixar os meninos fazerem o que querem, mas daí a bater-lhes. Isso é de cobarde.
 
Emanuel Simoes

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