Abençoados os comprimidos que me permitem dormir à noite, brincar com a minha filha e até comer.
Nunca esperei dizer isto, mas depois de tantos dias seguidos a sentir dores tão intensas, declaro-me adepto absoluto dos analgésicos.
Neste momento estou a tomar 5 medicamentos diferentes, entre os quais 3 analgésicos. Ainda assim, o efeito de todos eles parece estar a diminuir de dia para dia.
Quando passa é como se tivesse uma bola dentro da cabeça, que vai inchando pouco a pouco a procurar sair definitivamente, mas nunca o conseguindo. A dor começa no pescoço, centra-se obviamente na garganta, passa pelos dentes, ouvidos e termina na parte de trás da cabeça.
Dá vontade de espetar algo aguçado para perfurar o meu próprio crânio, esperando aliviar toda a pressão que sinto cá dentro.
Fico sem conseguir falar, comer, beber e até mexer me custa.
Aí, entram os maravilhosos comprimidos. Esses salvadores do dia que vêm tão ordeiramente dispostos dentro das suas caixas e que quando consumidos, aliviam toda e qualquer pressão, dor e afins.
Óbvio que os efeitos secundários que tenho vindo a sentir (náuseas, vómitos, diarreia) não são algo que aprecie, mas, comparado com a dor que sinto, preferia aguentar com todos eles.
Agora só tenho que me preocupar em gerir o horário a que tomo cada um deles, para andar sob o seu efeito o maior número de horas possível.
Como se podem aperceber pelo descrito acima, posso agora ser oficialmente considerado um agarradito.
Só falta mesmo começar a arrumar carros para pedir a moedinha.