quinta-feira, agosto 28, 2008, posted by # 7 at 22:24

Tão bom seria que cada português se erguesse contra a sua natural e congénita condição humilhante de encolher os ombros e esperar pela manhã de nevoeiro que jamais virá. Que cada um vestisse a roupagem desse eterno esperado, D.Sebastião, ou desenterrasse a pá da padeira de Aljubarrota e começasse a limpar este forno cada vez mais podre e mal frequentado...Era tão bom!!! - mas que utopia!!!

Eis um texto com o qual me identifico mais e mais, conforme o tempo passa. A criminalidade aumenta e em vez de se protegerem as vítimas, protegem-se os criminosos, que não podem ser maltratados, não podem esperar por julgamento na prisão, não podem sequer ser rotulados de criminosos enquanto não estiver provado que o são realmente.

Mesmo tendo sido apanhados em flagrante delito.

Temos uma constituição que se preocupa em demasia com os direitos dos vilões, em demérito dos oprimidos.
Temos leis que colocam nas ruas pessoas que se encontram evadidas de estabelecimentos prisionais, jovens que espancam idosos até à morte por nada mais que o dinheiro suficiente para uma ida ao café, pessoas que alvejam agentes da autoridade e se encontram em liberdade, menos de 24 horas depois.
Temos corrupção escandalosa, que todos sabem que existe, mas que é misteriosamente abafada por se tratarem de pessoas muito importantes na sociedade. Lojas assaltadas em plena luz do dia, sem que alguém faça algo para o impedir.
E depois, quando um guarda mata um criminoso que atenta contra a sua vida, ainda leva com processos disciplinares e pode até ser afastado do seu cargo.

É caso para pensar e ponderar. Porque ando eu a trabalhar para ter dinheiro para sustentar a minha família, quando posso simplesmente tornar-me numa pessoa violenta, assaltar tudo e todos e nada me acontece? A culpa de tudo isto é concerteza dos nossos políticos que insistem em afirmar que as coisas não estão assim tão más(não os afecta pessoalmente), mas também há uma réstia de culpa em todos nós.
Se nos uníssemos contra o que nos é imposto, estes canalhas que por aí andam com a certeza que o nosso estado lhes confere um estatuto de imunidade, se lhes mostrássemos que juntos poderíamos escorraçar com a sua raça da nossa vida, tudo seria diferente. Mas não. É melhor esperar que as coisas se resolvam por si mesmas, de preferência, não nos afectando.

No que diz respeito ao futebol, somos todos uns heróis, uns nacionalistas, nobres pessoas capazes de defender tudo e todos. Quando toca à realidade, o nosso povo mais se parece com ratazanas, que vivem enfiadas nos buracos mais escuros, à espera apenas de uma boa oportunidade para se safarem, nem que para isso tenham que passar por cima de tudo e todos. Já tive mais orgulho em ser português.
 
Emanuel Simoes

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