segunda-feira, setembro 14, 2009, posted by # 7 at 20:46
Pobre de ti, tão só, tão abandonado. Não vais às festas organizadas pelos que dizem estar na moda, os "fixes", os "cool".

Tão desprezado que és, tão só. Passam por ti e nem têm a decência de te fitar nos olhos.
Pobre de ti, que nunca serás aceite nesse grupo restricto de celebridades, meninos e meninas bonitos de cabelo perfeito e faces invejáveis.

Solitário te encontras enquanto todos parecem ter enormes grupos de amigos, ser felizes, ser alguém.

Juntam-se e divertem-se. Comem e bebem em festas bonitas, organizadas para causar inveja aos de fora, como tu, e se sentirem desejados e importantes.
Falam em como são diferentes de tudo e todos, em como vão mudar o mundo quando, na verdade, são todos iguais. Fotocópias, clones.
Olham para ti, coitadinho, tão triste, e chamam-te aberração, diferente, excluído. E tu sentes-te mal com isso. Sentes que não és suficientemente igual para ousar ser diferente.
És um dos outros, dos que felizmente para esta superior espécie, existe em pequena escala e passam relativamente despercebidos por entre a multidão.

Eles sim, marcarão a diferença. Serão sempre tão iguais uns aos outros, que estão plenamente convencidos que nada os irá derotar, que o mundo gira em seu redor.
Tão triste que és tu, só, abandonado, excluído.

Agora pára, abre os olhos, liberta a mente. Não vês? Não percebes? És diferente sim. E sempre o serás, pois é necessário que se seja diferente para governar os que não passam de cópias do que está na moda.

És o pastor. E quem te despreza e te chama de diferente, são apenas as ovelhas que conduzirás ao destino final.

Pobres deles, tão iguais, tão banais. Nem desconfiam do destino reservado para si, tal é a sua concentração na própria imagem.
 
Emanuel Simoes

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