O Sol brilha, a temperatura é perfeita. Corre uma suave brisa, morna, gentil. A luz é a indicada para uma boa leitura.
Não há ruído de automóveis, aviões ou qualquer outra interferência humana. Apenas os sons da natureza se fazem ouvir. O chilrear dos pássaros, o crepitar das folhas secas, a água que segue calmamente o seu curso.
Dia convidativo para se sentar numa pedra, abrir um livro e usufruir de uma leitura relaxada, tranquila, calma.
Dia perfeito, não?
Talvez, mas, quanto a mim, só consigo pensar nos contras.
As moscas que insistem em pousar em cima de mim, os mosquitos que me picam. O fétido odor de fezes de cão, as irritantes formigas que insistem em ferrar os dentes em mim.
O suor que atrai mais e mais bichos, a dificuldade sentida em se concentrar na leitura devido a todos estes entraves.
Parece-me que vejo mais o lado mau do que o lado bom.
Defeitos. Defeitos em tudo.
Serei eu um pessoa má? Serei eu o único a sentir-se irritado com as adversidades?
Ou serei eu um dos poucos que se resigna a aceitar que não há nem nunca haverá um dia perfeito?