sábado, junho 20, 2009, posted by # 7 at 22:21
O amor. Estranho sentimento que causa tanto sofrimento e que, no entanto, parece ser a razão pela qual vivo.

Procuro-o ao longo do caminho, encontro sentimentos semelhantes, mas acabo sempre por constatar que é algo a ser sentido por duas entidades e não apenas uma.

Amo, sou amado, sou odiado. Tudo num piscar de olhos.

É ténue a linha que separa estes dois sentimentos.
Vagueio só, sem procurar nada e no entanto sempre expectante de encontrar a minha razão de viver.
As feridas e cicatrizes que vou coleccionando entranham-se na minha alma, enquanto desbravo caminho por entre os sinuosos caminhos que me são apresentados.
Amo, sou amado, sou odiado. Tudo num piscar de olhos.
Entrego-me de corpo e alma, talvez excessivamente confiante, até que sinto o gume da espada a trespassar-me o coração. Mais uma cicatriz, mais uma ferida. Porquê? Não sei. Apenas sei que devo continuar o meu caminho.
Olho para trás, sinto falta do que nunca tive, tenho saudades do que não vivi. Recordo-me do que não existiu.

Amo, sou amado, sou odiado. Tudo num piscar de olhos.

Tento encontrar algum vestígio de razão ao longo do caminho. Algo que justifique o porquê do meu constante sofrimento. Algo que explique as barreiras no meu caminho. Nada. Vazio. Escuridão. Caminho em frente, apesar de nada ver, de nada entender.
O vento do desencorajamento é frio e intenso. Bate em mim com uma tal intensidade que me leva a questionar se devo ou não continuar.

Amo, sou amado, sou odiado. Tudo num piscar de olhos.

Continuo, mesmo que não entenda. Mesmo que tudo me empurre para trás. Sigo o meu caminho pois ele é tudo o que tenho, ainda que seja sombrio e desmotivante. Mesmo com os olhos fixos no chão negro que guia os meus passos, sinto que tenho obrigação de prosseguir, pois não sou eu quem decide. É o destino.

Amo, sou amado, sou odiado. Tudo num piscar de olhos.

O meu coração está desfigurado. Cicatrizes, cortes, dor, sofrimento.

Amo, sou amado, sou odiado, tudo num piscar de olhos.

Mas prossigo, até chegar ao fim, até alcançar o abismo. Com um coração partido.
 
1 Comments:


At 21 de junho de 2009 às 00:09, Anonymous Anónimo

O coração não está quebrado....talvez apenas magoado...
Quanto ao abismo...não receies...nunca haverá, mas sim um reencontro com a serenidade...

 


Emanuel Simoes

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