
Bem, agora sim, é definitivo.
Depois de fazer o exame de avaliação de aptidões para o acesso à universidade tive que esperar pelos resultados. Terceira melhor nota, o que não quer dizer que tenha sido grande nota.
Faltava ainda apresentar a minha candidatura e esperar que houvesse vaga para mim. Assim o fiz. Esperei, saíram os resultados, entrei.
Parece que sou o mais recente universitário da família.
Não posso ser falso, estou nervoso, muito nervoso. Fui fazer a matrícula com o coração a 100 à hora. Cada vez que penso no que me espera, nos horários a conciliar, nas desilusões que hão-de vir, parece que desespero, mas, há sempre um mas, tenho que encher o peito, erguer a cabeça e enfrentar o que vier.
Corra bem ou corra mal, uma coisa é certa, lembro-me de há panos atrás dizer a toda a gente que nunca iria terminar o 12º ano de escolaridade. E hoje aqui estou, a escrever em como entrei para o ensino superior. Algo impensável para mim, mesmo. Nunca, mas nunca me imaginei nesta posição.
Infelizmente optei por isto um pouco tardiamente. Com filhos e encargos será certamente mais complicado atingir determinados objectivos que se impõem. Mas será apenas outra batalha. Mais uma que, mesmo que não a vença, as cicatrizes cá ficarão para me lembrar para sempre que um dia tive a coragem de a travar.