sexta-feira, outubro 15, 2010, posted by # 7 at 22:58
Acho que já escrevi sobre isto, sobre o ser-humano e a sua banalidade, a sua irrelevância perante o Universo, a sua constante e eterna monotonia. Sim, penso que sim e seria fácil constatá-lo pela simples visualização dos antigos posts mas, não me apetece. Prefiro voltar a escrever.


Após esta breve e (penso que) clara introdução, posso entao começar a exprimir o que me vai na alma.

Apesar de ser humano, de ter filhos e família que são tudo para mim, alguns(pouquíssimos) amigos a quem desejo tudo de bom, para toda a eternidade, a verdade é que todos os dias da minha vida me sinto triste, repugnado mesmo por pertencer a esta espécie. Esta espécie que mais não faz que ser monotonamente banal, repetitiva e previsível. Os meus horizontes, por mais pequenos que possam ser, tornam-se escuros e sombrios ao constatar que, irremediavelmente, sou um de vós, um de nós ou um do que quer que seja que nos queiram chamar.

A vida, "aquilo" a que damos tanta importância, mais não passa que um curto período de tempo em que nos é dada a oportunidade de tentarmos, sem qualquer sucesso, como é óbvio, atingir um patamar de felicidade que nos leve a acreditar que viver é uma benção. Não, viver não é uma benção. É apenas uma tarefa, algo que temos que fazer. 

Por aqui andamos, a fazer o que nos é imposto, uns mais, outros menos. Uns detêm o dom do capital, da riqueza material, outros são meros operários, escravos da sua própria vida. Uns são inteligentes e fazem-se valer desse dom, outros, burros que nem uma porta empenada cheia de caruncho, mas, ainda asim, sobrevivem.  A verdade é uma, inegável e irrefutável: somos mesquinhos, maus, invejosos e tantas outras coisas mais. Mas, mais que tudo, somos aborrecidos. Previsíveis, repetitivos, sem ambição. Somos, no fundo, tristes. E por isso procuramos sempre e para sempre algo novo, algo fantasioso que nos faça sonhar. Que nos faça acreditar que a nossa existência tem um significado, por muito pequeno que esse possa ser.


A minha opinião? Não, não existe significado algum para estarmos aqui, para permanecermos neste mundo. Somos apenas animais e morreremos como os animais que somos. Somente isso, monótonos e aborrecidos, sentados nas nosas poltronas enquento os outros nos dizem como devemos viver a nossa vida, o que é certo e o que é errado, o que é belo e o que é horrendo. Sentados no nosso trono decadente, sempre julgando que somos mais do que realmente somos. Ou seja, carne, osso, sangue e nada mais.

 
Emanuel Simoes

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