quinta-feira, outubro 14, 2010, posted by # 7 at 20:07
Run hard, be strong, think big.
                                   Percy Cerutty
 
A citação deste excêntrico treinador de atletismo é tão verdadeira.
 
Há uns anos atrás, não tantos quanto isso, só o pensamento de correr deixava-me cansado. Quando comecei, corri a rídicula distância de 1700 metros num ainda mais ridículo tempo de 12 minutos. Fiquei de rastos, pensava que o meu coração ia explodr e mal conseguia respirar.
 
Gradualmente, os treinos aumentaram. Ainda assim fiz uns tempos bem lamentáveis, dos quais me recordo especialmente de um. A minha primeira travessia na Ponte Vasco da Gama. E não, não foi na meia-maratona. Foi na mini-maratona, aquela que tem apenas 7 km de percurso. 01:12 minutos a percorrer a distância. Mau, não é.
Mas melhores tempos viriam, as meias-maratonas foram sendo superadas em tempos muito bons, tendo em consideração os meus treinos e fui ficando satizfeito com a minha evolução. 
 
Mas ultimamente, os meus tempos não melhoravam. É óbvio que não irei evoluir sempre. Aliás, perto estarão os dias em que as minhas prestações se tornarão mais fracas. Mas ainda não chegaram esses dias.
A minha média de 4 minutos e 25 segundos por km só era batida em provas, onde consegui atingir os 4.2/km. Nada de extremamente extraordinário, mas já dá para umas boas passadas. 
 
Esta semana, mais precisamente ontem, resolvi arriscar um pouco mais. Tentar o próximo passo. Preparei-me, depois de um dia de trabalho, e saí. Parti forte, com vontade de conseguir algo. Ao início, sentia-me bem. Depois, comecei a sentir as pernas pesadas. Já não tinha bem a noção se estaria a manter o ritmo ou se estava mais lento. Felizmente, o meu treinador pessoal (um programa de treino que tenho no telemóvel e que funciona por gps) mantinha-me constantemente informado sobre a distância percorrida e sobre o ritmo imposto. Isso deu-me margem de manobra para controlar e dosear o esforço, por forma a não quebrar. Infelizmente, comecei a sentir-me muito cansado. O calor incomodava-me, a respiração, por vezes, ficava descontrolada e, em algumas ocasiões, o ritmo por km aumentava em largos segundos. Foi a corrida que mais me custou fazer, exceptuando aquela que fiz no ano passado, no Verão, quando estavam 31º. Mas continuei, pensei no que sentiria se desistisse e não me agradou a ideia de ficar desiludido comigo mesmo. Penei, os pés ardiam-me mas, tudo isso foi compensado no final. 00:48:31 a percorrer 12.49 km. Média de 3.55segundos por km. O meu recorde pessoal.
 
Pois é, por muito que muita gente faça melhor que eu, este é o meu melhor até agora. E sabem que mais? Para variar, estou um pouco orgulhoso de mim mesmo.
 
Emanuel Simoes

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