Quanto mais histórias e relatos de violência, dor, morte, desprezo e tudo mais de vil que possa existir conheço, mais forte se torna a minha convicção de que a raça humana é realmente o cancro do planeta.
O mal está enraízado nos nossos genes. Tão profundamente escondido que é considerado já instinto.
Começamos desde pequenos, com as nossas brincadeiras que tendem sempre e invariavelmente para a violência. Desde cedo nos batemos mutuamente, lutando pela posse daquele brinquedo, de atenção, de protagonismo.
E assim vamos crescendo, alterando alguns aspectos mas sempre, sempre querendo ser o centro das atenções.
Só que existem pessoas que, para elas, ser o centro das atenções é ter dinheiro, posses, bens materiais. Certo ou errado, ainda são as que menos mal causam, embora ele esteja lá, à espreita, esperando pela oportunidade para se expandir e se fazer notar.
Depois temos os que querem protagonismo, não através do que podem mostrar, mas através do puro e simples controle da vida de que os rodeia. E esses estão prontos a tudo para cortarem as asas de quem os rodeia. Para impedirem todo e qualquer livre escolha. Violência psicológica, física. Pais que espancam, que matam filhos e familiares. Seres cuja noção de respeito pelo próximo é simplesmente inexistente e que se engrandecem ao desrespeitar continuadamente qualquer um que se atravesse no seu maléfico caminho.
Seres, que não merecem ser tratados como pessoas, que não merecem ser chamados de humanos.
Sim, a maldade no seu estado puro anda à solta. E pior, as estúpidas leis do Homem deixam-nos andar à solta. Mesmo depois de terem dilacerado vidas inteiras.
Também eu tenho esse mal dentro de mim. Esse brutal instinto destruidor. Também eu, devo admitir, pois se me fosse dada a oportunidade, matava todos esses violadores da liberdade humana. E matava com requintes de malvadez, com prazer em causar dor, com alegria por roubar uma vida.
Sim, também eu sou um monstro. Mas só faria mal a outro monstro.