quarta-feira, janeiro 05, 2011, posted by # 7 at 15:58

Apesar de, quando nascemos, a primeira coisa que é suposto fazer-mos ser chorar, desde cedo que vamos desenvolvendo a capacidade de sorrir. E é precisamente quando somos pequenos que mais sorrimos e demonstramos alegria.

Infelizmente, com o passar dos anos, perdemos a capacidade de demonstrar alegria, de sorrir e rir constantemente. Quanto mais adultos somos, mais importante parece ser encontrar uma razão e justificar ao pormenor as razões que nos façam sentir vontade de sorrir.

Em pequeninos, da mesma forma que tudo serve como desculpa para fazer birra, também qualquer pormenor serve para brindar os adultos com gargalhadas ruidosas e descontroladas, que tão bem sabem ouvir.
Ao crescermos, a curva do nosso sorriso vai sendo cada vez menos acentuada até que, um dia, se transforma numa triste expressão, séria e sem brilho algum.

Tudo isto me leva a não ter qualquer dúvida de que, envelhecer significa entristecer. E entristecer aproxima-nos do fim, do vazio, da escuridão.
Esta constante e inútil procura pela lógica por demonstrar felicidade, leva-nos a evitar essas mesmas demonstrações, levando-nos inclusivamente a sentir algum desconforto quando alguém, fora do comum, tem um comportamento diferente do nosso e revela sem quaisquer preconceitos, alegria, felicidade, gargalhadas desmedidas.

O pior de tudo isto é que, com a constante pressão da evolução que se verifica, parece que queremos que as nossas crianças sejam mais e mais adultas, cada vez mais cedo. Talvez para não nos aborrecerem com "criancices".
Assim sendo, não faltará muito que, a todos os nossos defeitos, possamos acrescentar um outro: A raça mais carrancuda do Universo.

E tirando a alegria a uma pessoa, mesmo que esta seja infundada, o que resta enquanto esperança? Nada.

Eu, apesar de não ser uma pessoa que demonstre os meus sentimentos, quero ouvir gargalhadas e ver pessoas bem dispostas. Não velhos carrancudos, a falar mal de tudo e de todos.
 
1 Comments:


At 5 de janeiro de 2011 às 18:38, Anonymous NarakI

Resta-nos as gomas, não é bom? *drools*

 


Emanuel Simoes

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