domingo, janeiro 31, 2010, posted by # 7 at 14:43
 
Há muitos dias que venho a sentir uma necessidade de escrever que, infelizmente, vem acompanhada de uma enorme falta de inspiração.

Acesso ao blog, preparo-me para deitar para fora todas as palavras que se encontram presas na minha mente e nada. Apenas um enorme vazio. A room full of emptiness.

O pior é que, muitas vezes, quando venho a conduzir do trabalho para casa, histórias e palavras surgem na minha mente, por vezes complexas, por vezes revoltosas, mas surgem e vão surgindo a um ritmo frenético. Opiniões, contestações, reclamações, tudo rebenta na minha cabeça. Chego mesmo a ter a ilusão de ver o texto escrito à minha frente. Mas depois, depois chego a casa, estou cansado, vegeto um pouco até uma hora tardia demais para escrever e tudo desvanece. Como que se de uma flor de algodão se tratasse. E isso deixa-me triste, frustrado.

Será que estou a perder as capacidades de escrita? Será que não me consigo expressar mais como antes fazia?

Ok, não tenho as qualidades de um verdadeiro escritor, como gostaria de ter, mas, sempre gostei de escrever e agora, agora parece que as palavras fogem de mim. Sinto-me desprovido de cultura, de capacidade intelectual que, por muito pouca que seja, sempre pensei ser suficiente para me ajudar a desabafar na escrita.

Não sei mais o que fazer. Talvez comece a andar com um pequeno bloco para apontar ideias, ou comece a gravar no telemóvel o que me vai na mente, para mais tarde escrever.
Sinto-me algo perdido por não ter ideias. Sinto.me prisioneiro e conformado. E isso não é quem quero ser. 
 
terça-feira, janeiro 19, 2010, posted by # 7 at 18:46

Definitivamente, o nosso pior inimigo somos nós próprios. Em tantos aspectos que seriam precisos dias e dias de escrita para os relatar a todos. Por isso mesmo, vou falar apenas da barreira psicológica. Essa enorme parede que nem todos possuem a capacidade de transpor.

O mais fácil é, e sempre foi, dizer "não consigo". Assim há sempre uma desculpa para falhar, para não atingir objectivos ou, pior ainda, para nem sequer tentar.

A dor, a expectativa, as contrariedades, o que os outros dizem, tudo é desculpa.

Felizmente, há quem não se deixe abater por qualquer entrave que insista em tentar travar as ambições. Felizmente existem pessoas capazes de ir buscar força onde ela parece não existir e surpreender tudo e todos com a sua persistência.

É óbvio que, pela imagem que coloquei em cima,fica bem claro que o exemplo dado é referente a Lance Armstrong. É igualmente óbvia a razão pela qual escolhi este ícone do desporto. Desportista, grande ciclista e detentor de uma força interior enorme, que lhe permitiu travar uma gigante luta contra o cancro e, ainda assim, manter-se na competição de alto nível. Seria bem mais fácil abandonar, sucumbir perante a adversidade. Mas não, a força psicológica acima da média permitiu-lhe gravar (ainda mais) para sempre o seu nome na história da humanidade. Mesmo para quem não gosta de desporto, para quem não gosta de ciclismo, em particular, o facto de este homem ter travado tamanha batalha e ter vencido, não pode ser indiferente a ninguém.

E o que ele fez foi uma particularidade que todos deviam adaptar ao seu quotidiano. Sejamos operários, doutores, desportistas, novos, velhos. O mais fácil é desistir. Mais fácil mas nunca recompensador. Insistir e nunca desistir, não se deixar abater, olhar para cima mesmo quando tudo corre mal. Continuar em frente quando a dor se apodera, mentalizar-se sempre de que é possível atingir os objectivos a que nos propomos. Essas são algumas  virtudes de alguns apenas, mas podem vir a ser de todos nós. Basta não nos acomodarmos às facilidades e sentiremos o orgulho de superar adversidades. LIVESTRONG.
 
segunda-feira, janeiro 18, 2010, posted by # 7 at 16:42

Sempre defendi que ser diferente não é algo mau, que não é motivo de repulsa ou de discriminação. Mas do que eu defendo até ao que a realidade realmente nos proporciona, vai um longo e sinuoso caminho que nem todos estão dispostos a percorrer.

Quando somos novos, em termos de alunos de liceu ou mesmo ensino superior, ser diferente é bom. Dá-nos um estatuto mais importante e relevante, eleva-nos a outro patamar. Isto quando somos diferentes para o lado "cool", claro. Caso contrário, restanos a solidão e desprezo.

A partir de certa idade, é suposto acontecer o esperado crescimento. O ficar adulto, o largar as tristes ideias da juventude e adoptar uma atitude séria perante a vida. 
Nada de sinais evidentes de rebelismo, nem pensar em fazer coisas arrojadas, a não ser que estas impliquem gastar muito dinheiro e, aí sim, passamos de arruaceiros a aventureiros.

Infelizmente, ou não, eu fiquei preso no antes. Ou melhor, acho que era mas certinho antes que agora. Quanto mais me querem fazer crer que tenho que parecer assim, ou vestir aquilo, ou dizer o outro, mais me sinto motivado para contrariar o imposto. 
Brincos, piercings, tatuagens, viagens loucas de bicicleta, gosto por coisas perigosas, enfim, proíbam-me e eu tudo farei por contrariar. Não fosse eu como sou, torto desde a nascença.

Mas hoje, hoje tive uma surpresa deveras agradável.

Apesar de tudo o que possa aparentar ser, quem realmente me conhece, sabe que tenho prioridades bem definidas. Não gosto de faltar ao respeito, a minha família é tudo para mim e, quando me dedico a algo, espero sempre obter o melhor resultado possível.

Hoje tive apresentação de um trabalho, na faculdade. O júri era formado por 4 Professores, sendo que, um deles, ou melhor, uma das Professoras, me disse algo que me deixou feliz. Ela disse que eu sou uma pessoa que não deixo nada em aberto. Faço questão de mostrar a minha opinião, de marcar a minha posição. 

Isto deixou-me estupefacto, surpreendido, emocionado e feliz. Alguém que praticamente não me conhece consegue ver através da minha capa exterior. Saber como penso e como actuo. Alguém que, supostamente nem deveria querer saber absolutamente nada sobre mim, consegue aperceber-se de que as aparências não são tudo, no que diz respeito às acções de alguém.

Fiquei orgulhoso. Não sei se de mim mesmo, não sei se pelo facto de constatar que existe alguém que não se deixa levar pelas aparências. Não sei, mas fiquei.
Claro que o mais fácil seria transformar-me noutra pessoa, tirar brincos e esconder tatuagens, vestir como "um homenzinho". Mas o mais fácil.......o mais fácil é tão fácil que enjoa.
 
, posted by # 7 at 16:14

Ultimamente e invariavelmente, as notícias nos jornais televisivos e escritos passam pela catástrofe de proporções gigantescas que ocorreu no Haiti e nas suas imensas vítimas. 
Para não variar, os corpos mutilados e em estado de putrfacção são as imagens mais frequentes nas nossas televisões. Se a violância e o sexo vendem, a morte vende muito mais.
Não digo que fechemos os olhos ao que se passa no mundo, ao sofrimento destas pessoas. Mas penso que a mensagem não terá necessariamente que passar pela visualização de tanto sangue e violência. 

Infelizmente, outros mais não concordarão comigo, sendo que esses outros mais serão em muito maior número que eu.

Ainda assim, no meio de tanta mutilação, sangue e sofrimento, lá surgem notícias de um importante desfile de moda em que os portugueses têm papel preponderante e ambicionam alargar horizontes no meio da moda.
Vestidos absurdos e sem qualquer utilidade prática são mostrados em manequins ridiculamente magras, que mais fazem lembrar vítimas do holocausto em campos de concentração. Cores absolutamente berrantes em vestidos perfeitamente ridículos. E nós, na nossa imensa estupidez, olhamos e comentamos, esquencendo quase por completo aquele pequeno bebé que morreu debaixo dos escombros de um hospital em ruínas.

Ah, calma, não nos esquecemos. Apenas fizémos um pequeno intervalo. Afinal de contas, o orgulho português está em jogo.

Tantos a perecerem diante de atitudes e decisões mal tomadas, perante catástrofes e acontecimentos macabros. Tantos que assaltam, violam, agridem e vandalizam o nosso mundo. Tantos que abusam do poder que têm, ainda que momentâneo. E nós? O povinho? As formigas? Bem, nós acomodamo-nos e regogizamo-nos pelo facto da moda portuguesa estar de tão boa saúde além fronteiras.

E viva Portugal, do futebol à moda, o importante é que falem de nós.
 
sexta-feira, janeiro 15, 2010, posted by # 7 at 22:25










Há algum tempo que um pensamento se fixou na minha memória. Penso muito no facto de ter escrito tanto sobre a minha estrelinha, neste blog e, sobre o meu campeão, as coisas serem mais modestas. Mais que isso, ao visualizar fotografias do tempo em que a pequena era ainda mais pequena, chego à conclusão de que vivi muito mais intensamente essas sensações do que com o pequeno Gabriel.

A princípio pensei que tal fosse normal, visto que a Beatriz foi a primeira, uma situação completamente nova e, consequentemente, uma série de novas emoções foi despoletada. E isso fez-me sentir mal, pois admitir tal seria admitir que senti menos pelo Gabriel. 

Mas depois reflecti um pouco e, de alguma forma, descansei. É óbvia a razão pela qual os sentimentos diferem tanto. A Beatriz, nasceu, gordinha, fofinha, e veio para casa. Tudo correu bem, tudo foi maravilhoso. Já o Gabriel, devido a ser prematuro, não pode vir de imediato para a sua casinha. Teve que ficar ligado a tubos, máquinas, sensores. 10 dias de incertezas e incertezas. E aí apercebi-me de que o sentimento não foi menor, foi apenas diferente. O facto de não ter o meu pequeno em casa logo após o seu nascimento criou toda uma barreira emocional que não permitiu que desfrutasse da sua presença como aconteceu com a Beatriz. Mas isso nada tem a ver com a intensidade do amor que sinto por ele. Talvez apenas uma defesa, algo em mim que quer esquecer aqueles primeiros dias complicados.

Eu amo-te pequeno, tanto quanto à tua irmã que também tanto gosta de ti. Sempre e para sempre.
 
quarta-feira, janeiro 13, 2010, posted by # 7 at 16:37
E já foi há precisamente três anos que me iniciei neste mundo da escrita bloguista, se é que o termo existe.

Dia 13 de Janeiro de 2007. Tanto tempo, tanta coisa passou e mudou desde então.
Coisas boas, coisas más, inspirações frequentes, alturas de falta de motivação para escrever, tanta coisa.

Sinceramente, não seria de esperar que este meu canto durasse tanto tempo, pelo menos activamente. Certo é que não vai faltando assunto para escrever e, mesmo quando me ausento muito tempo, tento sempre reter o que penso na altura, para posteriormente aqui colocar as minhas ideias.

É como se fosse o meu diário, só que na vertente pública.

Poucos são os que lêem o que aqui escrevo mas, para esses poucos bravos que resistem, obrigado por estarem desse lado.

Mas este post não é para vocês nem para mim. Este post é para o blog aniversariante.
Parabéns a este espaço e que eu continue com vontade de escrever por muitos mais anos.
 
domingo, janeiro 03, 2010, posted by # 7 at 22:45

E pronto. Já passou. Mais um Natal, uma passagem de ano, uma altura em que o fingimento impera sobre o sentimento e a máscara da bondade cobre as faces de quem não perdoa.
O Natal foi-se, cada vez mais distante de mim, cada vez mais insignificante. 

Abençoadas as crianças que ainda me trazem um sorriso à face, na hora de desemrulhar os presentes. Esse momento, esse sim, é a minha razão para gostar do Natal. A felicidade dos pequenos, a expectativa do Pai Natal. Tudo o resto é falsidade e ilusão. As festas, a comida, a falsa união, o amor momentâneo. Que treta. Que falsidade. Mas enfim, estamos cá para representar neste imenso teatro da vida.

A passagem do ano, igual. Nada de novo. Tanto alarido para nada. Apenas mais um dia que passa, um momento em que deixa de ser um dia para começar a ser outro, com a simples particularidade de ser num novo ano. Mudanças? Difrenças? Nenhumas. Tudo igual, tudo na mesma.

Os problemas são os mesmos, as expectativas não aumentam, as dificuldades não desvanecem. Só os fracos podem pensar que um novo ano trará algo de melhor para a sua vida.

A questão é simples, aliás, a questão nem se coloca: tudo permanece igual se não fizermos nada pela desejada mudança. O simples facto de um relógio passar das 23:59 de um ano para as 00:00 de um novo ano, em nada mudará as nossas vidas.
Chega de nos agarrarmos a ideologias absurdas ligadas a festividades sem relevância alguma.

Mudança pode existir sim, mas só se nos mexermos e fazermos por isso. Coisa rara de se ver.

Até lá, até que nos mentalizemos de que a mudança é mais que uma festa onde o importante é a abundância de comida e bebida, fico-me pelos rostos das crianças que ainda não percebem a complexidade deste triste mundo em que vivemos. Fazem-me sorrir, sonhar.......voar.
 
Emanuel Simoes

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