E pronto. Já passou. Mais um Natal, uma passagem de ano, uma altura em que o fingimento impera sobre o sentimento e a máscara da bondade cobre as faces de quem não perdoa.
O Natal foi-se, cada vez mais distante de mim, cada vez mais insignificante.
Abençoadas as crianças que ainda me trazem um sorriso à face, na hora de desemrulhar os presentes. Esse momento, esse sim, é a minha razão para gostar do Natal. A felicidade dos pequenos, a expectativa do Pai Natal. Tudo o resto é falsidade e ilusão. As festas, a comida, a falsa união, o amor momentâneo. Que treta. Que falsidade. Mas enfim, estamos cá para representar neste imenso teatro da vida.
A passagem do ano, igual. Nada de novo. Tanto alarido para nada. Apenas mais um dia que passa, um momento em que deixa de ser um dia para começar a ser outro, com a simples particularidade de ser num novo ano. Mudanças? Difrenças? Nenhumas. Tudo igual, tudo na mesma.
Os problemas são os mesmos, as expectativas não aumentam, as dificuldades não desvanecem. Só os fracos podem pensar que um novo ano trará algo de melhor para a sua vida.
A questão é simples, aliás, a questão nem se coloca: tudo permanece igual se não fizermos nada pela desejada mudança. O simples facto de um relógio passar das 23:59 de um ano para as 00:00 de um novo ano, em nada mudará as nossas vidas.
Chega de nos agarrarmos a ideologias absurdas ligadas a festividades sem relevância alguma.
Mudança pode existir sim, mas só se nos mexermos e fazermos por isso. Coisa rara de se ver.
Até lá, até que nos mentalizemos de que a mudança é mais que uma festa onde o importante é a abundância de comida e bebida, fico-me pelos rostos das crianças que ainda não percebem a complexidade deste triste mundo em que vivemos. Fazem-me sorrir, sonhar.......voar.