quinta-feira, junho 23, 2011, posted by # 7 at 01:09





Hoje estava na sala a fazer o inútil zapping, quando me deparei com um filme, relativamente antigo, sobre dois adolescentes que, por descuido, vão ser pais. 

A rapariga gosta do rapaz e o rapaz gosta da rapariga, mas não têm condições para educar uma criança. Quanto mais não sejam, psicológicas.

Não apanhei o filme de início, mas deu para fazer-me pensar. Duas pessoas que gostam uma da outra, um bebé, a falsa moralidade da sociedade. Resultado: os jovens entregaram a criança a uma mão adotiva.

Fez-me confusão. Não o faria, há alguns anos atrás, quando eu ainda não era pai. Mas agora faz.

As pessoas fumam e não abdicam desse vício, bebem e não prescindem de o fazer, vão ao café e tomam isso como um ritual que não pode ser quebrado de forma alguma.
Por tudo isso e muito mais, quando me dizem que as pessoas têm de entregar um filho para adoção, eu penso: não têm, é-lhes mais conveniente. Seja a nível financeiro ou somente de comodidade, a verdade é essa.
Nunca na minha vida eu entregaria um filho meu. E este é o maior nunca que eu possa imaginar.

Posso estar a passar fome (algo que não é novo para mim) , com problemas financeiros, mas os meus filhos, pensar sequer em utilizá-los como modo de atenuar os meus problemas desse género, nunca mesmo.
Aliás, a simples insinuação de tal atitude desperta em mim uma enorme vontade de perder a compostura e de me tornar violento.

Os meus filhos são minha responsabilidade, e por muitas dificuldades que passe, a eles nada deverá faltar. A eles nada faltará. Nem que tenha que me tornar num assaltante.
Agora, as supostas mães que entregam os filhos sob a pretensa desculpa de que estes ficarão melhor assim, por muita razão que tenham, no que diz respeito ao nível monetário, humanamente são zero. São equiparadas ao verme mais viscoso e repugnante que percorre a face deste triste planeta infestado de doença.

Uma mãe que abdica de um filho nem deveria ser considerada mãe. Um pai que permite que tal aconteça, deveria ser colocado em praça pública e espancado até à morte. 

Muito se fala em sacrifícios. Pois se há sacrifício que vale a pena, esse é tratar dos nossos filhos e assegurar-se de que nada lhes falta.

Nunca entregá-los a outrem, por mais dinheiro que esteja envolvido.
 
Emanuel Simoes

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