sexta-feira, maio 13, 2011, posted by # 7 at 23:35

Muito se fala de amor, do amor, sobre o que é o amor, o verdadeiro amor.
Para mim, que sou um mero energúmeno que tem o privilégio de andar sobre a face deste maravilhoso planeta, essa conversa de "verdadeiro amor" não passa de uma desculpa inventada (mais uma) para justificar a nossa curta estadia nesta vida.
Parece que é obrigatório que toda a gente acredite no amor e na sua imensa e divina veracidade. Independentemente da vida que leva, da realidade que o/a rodeia.
A verdade (a minha verdade, claro) é que tudo isso se resume a uma imensa treta, rodeada de um imenso lamaçal e impregnada com um igualmente imenso odor de putrefacção.
O amor existe sim, mas não é o que nos tentam impingir constantemente, american style: boy meets girl, girl meets boy, boy loves girl, girl loves boy, boy and girl get married and live happily ever after. Já que estamos no inglês, allow me: Give me a fucking break. Esta treta só existe nos filmes. E nos maus filmes, por sinal.

O verdadeiro amor, o real e inquestionável, é aquele que vem sem qualquer condição. Sem dinheiro envolvido, sem sexo à mistura, sem conversas obrigatórias, sem presentes calendarizados.

Amor é estar deitado na cama e ouvir os pequenos passos do meu filho, a correr do quarto dele para o meu, apenas para me dar um beijo. Amor é a minha filha pedir-me para me curvar, para que me possa acariciar o rosto e dizer: "Papá, tu és lindo." . Isso é amor, no seu estado puro, sem contaminação alguma.

Amor não é perguntar se o dia correu bem, oferecer chocolates, jantar fora, passar férias luxuosas. Amor é olhar nos olhos e, sem palavras, sentir que se está disposto a dar a vida pela outra pessoa.
 
Emanuel Simoes

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