Crescer, tornar-se adulto e responsável. Parece ser imperativo e inevitável que tal aconteça com todos nós.
Ser adulto é um sem fim de vantagens em relação à idade mais precoce das nossas vidas.
A responsabilidade é vista como um factor que nos fortalece e faz parte fundamental deste jogo a que chamamos vida. Ter condições financeiras para pagar casa, carro, escola dos filhos, saídas à noite, férias, jantares fora. Ser autónomo para se tomar decisões importantes que antes eram tomadas pelos nossos pais, decidir o que fazer e quando o fazer, obviamente dentro dos parâmetros previamente definidos pela sociedade em que nos inserimos, preocuparmo-nos sempre com os tempos vindouros. Tudo isto é a vida, tudo isto é suposto acontecer.
Mas, onde está a fantasia que habitava nas nossas almas há bem pouco tempo, onde estão escondidos aqueles ideais que eram como estrelas guias da nossa vida quando éramos adolescentes? O imaginar de um futuro promissor diferente dos restantes dos comuns mortais, a sã loucura que nos impelia e dava força para afirmarmos as nossas convicções alto e bom som, doesse a quem doesse. Tudo isso parece agora se ter esbatido, bloqueado por uma força criada pela necessidade de nos enquadrarmos nos padrões da sociedade.
Já não há nem uma pontinha de revolta adolescente dentro de vós, adultos? Já não há espaço para a fantasia e para o sonho, por mais ridículo ou grandioso que possa ser?
Só por nos ser imposto determinado comportamento para que sejamos socialmente aceites, será que não podemos transpor os limites da realidade e, ao invés de sonharmos baixinho, gritarmos bem alto toda a insanidade que nos vai na alma?
Olhem para nós, todos crescidos e responsáveis.
Se não se importam, apesar dos meus 30, vou continuar a ser um pouco imaturo.