sábado, novembro 27, 2010, posted by # 7 at 01:09
O caminho que sigo, ou os caminhos que sigo, poderão nada significar. Poderão ser apenas, aos olhos de quem vê de fora, mais uma estrada, mais um trilho, mais um pedaço de alcatrão dou de areia.
Mas quando estou só, escutando a música que vem dentro de mim, sob forma de pensamentos, sinto-me feliz. Sinto-me vivo. Não importa a dor, o cansaço, não importa o que fiz ou o que terei ainda que fazer. Naquele momento, aquela linha que tracei para mim mesmo, é tudo o que importa.
Pode chover, trovejar, estar vento e frio, pode estar tudo junto, que eu aguento e até agradeço. Pois meditar ao ritmo de exercíco físico, com bom tempo e com dezenas de outras pessoas em meu redor, não resulta.
Assim, prefiro traçar as minhas metas nestas alturas, em que a chuva cai e o frio se faz sentir, em que os demais inventam desculpas para não sair de casa, deixando-me sozinho, como eu gosto, como eu preciso.
Por vezes rio, por vezes choro, por vezes fico triste. Tudo isto enquanto percorro a linha, sozinho. Sei que os que me observam devem achar que sou louco, que não bato bem. Mas não me importa. Eles não sabem o que é sentir-se uno com o mundo, com a natureza. Eles não sabem o que é sofrer fisicamente e gostar desse sofrimento.
Sigo a minha linha, a linha que tracei. Sigo-a e sofro, sigo-a e sorrio, sigo-a e choro. De felicidade? De tristeza? Quem sabe? O que interessa isso afinal. Sigo-a até ao fim do mundo, até que o mundo acabe comigo, até ao meu fim.
Sou louco? Sou sim. Sou louco, pois o mundo não merece a minha sanidade.