Todos os anos costumo escrever sobre o Natal. Mais precisamente, sobre a forma cada vez mais precoce que este é anunciado, publicitado, referenciado.
Cada ano que passa, o aparecimento de itens alusivos à quadra natalícia surge mais cedo. No ano passado, fiquei muito admirado de ter visto os primeiros indícios do Natal no dia 22 de Outubro. "Absurdo", pensei. A verdade é que deveria ter sido mais inteligente e constatado que, pela tendência das coisas, essa precocidade não se ficaria por aí. Ou seja, se no ano passado foi no dia 22 de Outubro, este ano, obviamente teria que ser mais cedo. Assim, no dia 17 de Outubro, já existiam montes de lojas a vender àrvores de Natal, decorações e afins. Uma tristeza. Um verdadeiro hino ao consumismo desenfreado.
Pela evolução que tenho vindo a constatar, ano após ano, não tardará muito para que hóteis e agências de viagens comecem a oferecer brindes alusivos ao Natal em fins de Agosto. Para quê parar as férias? Porquê poupar algum dinheiro? Nada disso. Terminou o Verão? Então vamos lá a gastar nas decorações de Natal. E depressa, senão os materiais ficam demasiadamente escolhidos.
Resumindo, há que não parar de viver as festividades, manter o espírito bem aberto ao que quer que seja que a altura do ano estiver a pulicitar e gastar. Gastar o mais possível, para sermos sempre melhores que o vizinho, sermos os mais vistosos, os que têm bom gosto. Sermos sempre superiores aos demais. Essa sim, a verdadeira essência do ser-humano.