Hoje subi à montanha. Sozinho.
Subi, corri, andei. Parei e observei, sorri e continuei.
O vento soprava forte. Ora me empurrava para trás, ora me forçava a andar para diante, para o meu objectivo, o topo.
Pedra atrás de pedra, fui saltando e correndo.
Lá em baixo, na aldeia, os cães ladravam. Furiosamente, intensamente.
O vento, o latido dos cães, os guizos das cabras que pastavam lá longe. Eram os sons que eu ouvia.
Cheguei ao topo. Cansado e transpirado, mas feliz.
Olhei para baixo e senti-me um deus. Acima de tudo, de todos. Indiferente a tudo. Tranquilo, sereno.
Fechei os olhos e sorri.
Ao longe, numa aldeia vizinha, os sinos de uma igreja ecoavam.
A paz infiltrou-se em mim, na minha alma, em todo o meu ser.
As minhas pernas sangravam devido aos ramos secos que quebrei na minha corrida. Mas nem a dor ou o ardor me retiraram a serenidade. Aliás, apenas me fizeram sentir vivo.
Cada som, cada paisagem, cada pensamento me transmitiam calma.
As nuvens bailavam ao sabor do vento.
Quem me dera aqui poder ficar. Longe dos problemas, de preconceitos, de julgamentos. Quem me dera aqui permanecer, a sentir os raios de Sol, quando está calor, o vento gelado, quando o dia chega ao fim, a força da Mãe Natureza.
Aqui estou tão só e no entanto sou tão completo.
Hoje subi à montanha.......e fui feliz.
04-10-2009