quinta-feira, outubro 01, 2009, posted by # 7 at 22:07

3ª Feira passada fiquei em casa, para ir com o pequeno Gabriel a um laboratório fazer uma ecografia.
Como a dita estava marcada para a parte da tarde, decidi-me a aproveitar a manhã para ter o meu primeiro dia de aulas oficial na faculdade.

Muitos nervos, muita hesitação, algum receio e expectativa em relação ao que iria encontrar, mas tudo isto não passaram de factores que simplesmente tive que ultrapassar.
Levantei-me cedo, nervoso, tomei o pequeno almoço, nervoso, fiquei ainda mais nervoso, e fui, fui em frente, devagar, mas fui.

A caminho só pensava em encontrar alternativas que me livrassem da obrigação imposta por mim mesmo a ter que ir à minha primeira aula. Pensei, pensei, pensei. Tanto pensei que, quando dei por mim, já lá estava, às portas dos edifícios onde passarei algum tempo.

Entrei e dirigi-me à sala. Apenas duas pessoas esperavam, como eu, a professora.
Até que, vindos sei lá de onde, surgiram os restantes elementos da turma. Nitidamente oriundos do 12º ano de escolaridade. Médias de idae de 17 anos. Miúdos, "putos" como lhes chamam. Senti-me velho, deslocado, mas depois olhei para as duas pessoas qe lá estavam antes de mim, ambas mais velhas que eu. Pensei: "Se eles cá estão, também eu ficarei."

Chegou a professora. Abriu a porta e entrámos.
A minha primeira ideia dela, a imagem dela, a expressão, foi que era uma senhora simpática, possivelmente algo tímida.

Errado. Completamente.

Quando começou a falar, fiquei maravilhado.

Espero que, se algum dia um colega de turma tiver acesso a este meu canto e ler esta postagem, não fique aborrecido comigo, mas apenas exponho o que sinto, o que penso.
Ouvi vários comentários, em burburinho. "Esta mulher nunca mais se cala.", "Começa a falar e nunca mais pára.".
Não sei, talvez devido ao local onde trabalho, das conversas aí serem extremamente básicas, mesquinhas e insultuosas. Não sei, mas fiquei vidrado na cultura desta minha nova docente.

Os exemplos que dava, indo buscar referências históricas que nem me passam pela cabeça, o respeito ao respeito, â maneira de lidar com as pessoas, à pontualidade. Tudo isso cativou a minha atenção e me fez começar a ponderar sobre algo. Será que a idade correcta para se tirar um curso superior é quando se termina o secundário? Não sei se é ou não, mas, por mim, pessoalmente, sinto-me muito mais motivado agora do que há 10 anos atrás.

Veremos no que vai dar. Veremos se é só agradável no início. Veremos.
 
1 Comments:


At 3 de outubro de 2009 às 21:22, Blogger Fernanda

Bravo! Esta é a atitude correcta para se chegar a algum lado e principalmente ao lado que se quer. Vais ver quantos desses "putos" vão ficar pelo caminho e tu, com a tua garra de sempre e o teu empenho exemplar, vais chegar a meta final com a cabeça erguida e o canudo na mão :-)
Boa sorte, Vencedor...

 


Emanuel Simoes

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