domingo, outubro 18, 2009, posted by # 7 at 14:28
Ah bom. AH bom. AH BOM. Assim está bem.

Para os mais observadores, eu falar do trauma de Alcacer do Sal não constitui novidade. Mas como eu até gosto de escrever, vou relembrar.
No passado ano, participei na minha primeira prova unicamente de btt. Em Alcacer do Sal. Creio que eram 66 km, dos quais apenas percorri 60, devido a ter partido a corrente. Fiquei traumatizado. Cada vez que me lembro, até fico zangado. Tanto esforço para nada.

Este ano fui sozinho. Bicicleta diferente, treino mais intenso. Estava confiante. E para apimentar mais o desafio, inscrevi-me para os 85 Km. Se era para sofrer, que sofresse a sério. E sofri meus amigos, sofri mesmo. A minha ida ao Alentejo, apesar dos seus 145 Km, não foi nada em comparação com estes 85. Tanta areia solta, subidas que, embora fossem esperadas quanto ao grau de inclinação, não esperava a sua quantidade. Frio à partida, calor durante o percurso, ou seja, direito a tudo.

Numa das tais subidas, eis que aconteceu. Um estranho barulho, olho para baixo e vejo a corrente no chão. Nem queria acreditar. Estaria eu amaldiçoado? A maldição da corrente partida?
Parei, claro. Desta vez levei a chave para retirar o elo partido. Uni a corrente, passados uns 20 minutos, e lá fui novamente. Até ia a sorrir. Nunca esperei conseguir arranjar uma corrente partida. Pedalei, esforcei, a subida era grande e íngreme e, PUMBA. Partiu-se a corrente novamente. Só me apetecia deitar a bicicleta lá para baixo. Isto é que é azar. Felizmente, após vários minutos de frustração, apareceram uns companheiros do pedal que se disponibilizaram a ajudar, e que ajuda. Um deu-me um elo rápido, o outro montou a corrente e lá fiquei eu, pronto para o resto. Agradeci, ainda andei perto deles por um pouco, mas depois tive que ir. O espírito competitivo é maior que o de companheirismo.

Acelerei, a sério, pois o pensamento de todos os que já tinha ultrapassado se encontrarem de novo à minha frente era mau demais. Ainda alcancei alguns, muitos mesmo, para ser sincero.
Foi duro, doloroso, mas gratificante.
Ainda não sei em que posição fiquei, apenas que pedalei durante 4 horas.

Importante mesmo é que este ano, mesmo com corrente partida, terminei, passei a meta. Isso sim, é importante.

Para o ano há mais.
 
Emanuel Simoes

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