sexta-feira, março 02, 2012, posted by # 7 at 23:50

Desde que terminei a maratona de Sevilha, ou melhor, antes mesmo de ter viajado para Espanha, que tenho vindo a sentir uma dor na perna esquerda.
Até à data da maratona, era apenas uma pequena picada. Incomodava, mas não constituía verdadeiramente um problema, no que diz respeito à prática de atletismo.

Depois de terminar a maratona, senti que a dor era mais intensa. Mas não dei excessiva importância a tal facto, até porque, só mesmo um grande profissional é que não sente dores e fadiga após completar a distância da prova rainha. E mesmo assim, não sei se um grande profissional se pode dar ao luxo de dizer que está fresquinho, ao finalizar uma maratona.

Certo é que regressei a Portugal e as dores foram aumentando. Ficando cada vez mais agudas. 
Dei umas voltas de bicicleta, pois não me encontrava em condições de correr, mas já não sinto o mesmo prazer em pedalar, quando comparando com correr. 
Ainda assim, só depois de mais de uma semana após a última maratona é que consegui fazer um treino de corrida. E que doloroso treino esse foi. Aliás, até à data em que escrevo este post, fiz 3 treinos de atletismo. Dois de estrada e um de mato. E cada um deles foi mais difícil que o anterior, tais eram as dores.

É normal que alguns me chamem de maluco, ou até mesmo de parvo, por andar a correr com uma lesão. Mas a verdade verdadinha e verdadeira, inquestionável, inegável e irrefutável (e pronto gastei as palavras caras em menos de nada) é que gosto tanto mas tanto de correr, que me arrisco a piorar da minha lesão, pelo prazer que sinto no final de um treino.

Creio que nunca treinei com tantas dores anteriormente. Mas, sempre que a dor se intensificava, eu fazia um esforço por me lembrar de que existem milhares de pessoas que sofrem mais do que eu. E desses milhares, muitas nem conseguem sair para andar, quanto mais para correr. E ainda assim, algumas conseguem arranjar forças sobre-humanas para superar sofrimentos e dores que fazem a minha lesão parecer uma brincadeira de meninos e saem, arriscando a própria integridade física.
E se essas pessoas, que eu desconheço e que ainda assim me motivam, conseguem, a minha dor não pode servir de desculpa para deixar de treinar e de usufruir de algo de que tanto gosto.

Como referi anteriormente, podem chamar-me de parvo, maluco, estúpido, cromo, sei lá, surpreendam-me, mas certo é que continuarei a esforçar-me por atingir os meus objectivos. Sejam eles grandiosos ou meramente banais. Ainda assim, são os MEUS objectivos.
 
Emanuel Simoes

Criar seu atalho