terça-feira, janeiro 03, 2012, posted by # 7 at 11:59

De vez em quando dou por mim a observar imagens do passado e a relembrar-me da forma como vivia, como me sentia noutros tempos que já lá vão.
Assim ditas as coisas, parece que sou algum tipo de ancião, um velhote que já viveu imenso. Mas a verdade é que, ao olhar para trás, sinto que esses dias do passado já ocorreram há uma eternidade.

Creio que é usual as pessoas sentirem uma certa nostalgia e sentirem que no passado viveram melhores dias. E se é usual, não será também, em alguns casos, a realidade?

A forma como eu sentia e vivia as coisas, no passado, era bem diferente do que experencio agora. A própria forma de olhar para as pessoas que me rodeiam, era diferente.

É certo que a vida é uma constante mudança e que nos temos que ir adaptando às circunstâncias conforme elas nos vão surgindo no caminho. Mas também é certo que as opções que tomamos influenciam esse modo de estar e de viver. E eu, tomei opções erradas, certamente, como tantas outras pessoas erram.

Mas uma dessas opções, a que mais tem vindo a marcar o meu mal estar perante a vida, curiosamente é algo que me deveria sentir melhor e dar mais forças. E essa opção foi o simples (ou não tão simples) facto de ter voltado a estudar.
Algo que me deveria fazer sentir mais motivado perante a vida, fazer querer saber mais e cada vez mais, afinal está-me a destruir aos poucos. O stress da difícil conciliação entre trabalho, família, treinos e escola, arruina-me o espírito. Nem à noite melhora, já que raro é o dia em que durmo descansado, sem estar a pensar nos problemas da escola, no facto de andar irritado com tudo isto e ter receio de transmitir essa irritação para a minha família. Enfim, vivo neste corropio de sentimentos que me fazem sentir cada vez mais saudades dos tempos em que apenas me preocupava com o ter tempo disponível para passear, estar com quem gosto.

Agora, agora apenas ando aqui, a correr contra o tempo, sem ter tempo algum. Sem verdadeiramente descansar, sem verdadeiramente me divertir, sem verdadeiramente estar com os meus.

Cada vez mais me interrogo sobre o porquê de continuar a sujeitar-me a esta situação, principalmente quando no final deste enorme túnel, não se vislumbra a mínima réstia de luz.
 
Emanuel Simoes

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