terça-feira, abril 07, 2009, posted by # 7 at 17:19
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. Mudam também as mentalidades.

Actualmente dizem-se as coisas da boca para fora sem pensar bem nas consequências das palavras proferidas. é tudo no momento e para o momento. O que nos levar onde queremos chegar é o que dizemos, mesmo que não o sintamos.

Principalmente quando se fala de amor.

Lembro-me de quando andava na escola. A minha namorada de liceu foi minha companheira durante vários anos e eu apenas proferia as palavras "amo-te" quando as sentia e quando o momento era nosso, longe de tudo o resto que nos rodeava. Ainda hoje sou assim, não ando por aí a dizer a torto e a direito, até porque quando sentimos, ainda que seja bom ouvir que somos desejados, o excesso poderia levar à banalidade e as palavras tornar-se-iam obsoletas. Como que uma mera formalidade, uma obrigação ou um meio de atingir um propósito.

É o que se passa hoje em dia com os adolescentes. A palavra "amo-te" foi completamente banalizada. Aliás, a palavra "amu-the". O amor foi relegado para um segundo plano e agora é usado em qualquer relação que sobreviva a três dias de existência.

Escrevem-se nas paredes palavras de amor sobre alguém que para a semana á é odiado, mandam-se constantes mensagens de telemóvel em que o "amu-the" é a palavra de ordem e tudo isto sem parar para pensar minimamente sobre o verdadeiro significado do que se diz a outra pessoa. Sem se deter e tentar perceber se a pessoa a quem se dizem tais palavras as entendem da mesma forma.

Perdeu-se o verdadeiro significado do amor. Amor não é estar sempre preso à mesma pessoa, mas também não é dizê-lo inconsequentemente a qualquer pessoa. Amor é sentir dentro de nós uma conexão, um bem estar, um à vontade com outrém.
 
Emanuel Simoes

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