quarta-feira, abril 01, 2009, posted by # 7 at 21:48

Por vezes temos atitudes que nos fazem sentir mal. Acções espontâneas, actos irreflectidos que nos apanham de surpresa e ficamos sem saber muito bem quem somos afinal. Porque razão agimos desta ou daquela forma, como fomos capazes de fazer isto ou aquilo?

Não é pelo que os outros pensam de nós. O que os outros pensam cada vez mais me deixa triste e consequentemente tento me alienar disso. É mesmo pelo que sentimos cá dentro depois de nos comportarmos de modo errado.

Mas a culpa é um tormento poderoso. Faz-nos sentir mal, fracos. Faz-nos olhar no espelho e ver um monstro do outro lado. Perder o sono. É difícil lidar com uma consciência pesada.
Mas mais difícil é quando mostramos o nosso arrependimento a alguém, apenas para tentar aliviar a culpa, e somos brindados com palavras hostis, com comentários depreciativos chegando a roçar o insulto e a ironia.

Quando a culpa não nos deixa pensar em mais nada que não o sucedido e logo de seguida nos atiram ainda mais ao chão, o sentimento torna-se mais e mais devastador. Mesmo que estejamos a falar de algo não muito grave, tendo em conta que para mim, matar um bicho é algo que me custa.

Mas, por muito ou pouco grave que sejam as coisas, penso que quando se procura alguém com quem partilhar o sentimento de culpa, é com a esperança de sermos aconselhados, ouvidos e até repreendidos, mas sempre de forma construtiva e não destrutiva, como parece ser hábito hoje em dia.

Não nos podemos dar ao luxo de sermos diferentes, mesmo que nos arrependamos mais tarde, seremos julgados, condenados e executados. Não há espaço para perdão.
 
Emanuel Simoes

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