E eis que, inesperadamente, chegou o dia em que o meu pequeno anjo rumou em direcção ao seu lar, para estar junto dos que o amam.
A manhã foi normal, dentro do que se tem passado. Acordámos, preparámo-nos e lá fomos, no intuito de dar mais um banhinho e um leitinho ao pequeno Gabriel.
Ao chegarmos, uma das enfermeiras disse à minha mulher que havia hipótese de termos uma surpresa.
Sinceramente, não acreditei muito nessa possibilidade, mas deixei andar.
Lá demos o banho, ou melhor, dei o banho, porque hoje foi a minha vez, e, quando a pediatra o veio ver, antes de o vestirmos, começou a falar com ele e a perguntar se ele queria vir para casa hoje ou se queria lá ficar. A princípio pensei que ela não deveria estar a dizer coisas daquelas, porque estava a suscitar esperanças em nós, que depois seriam defraudadas, mas logo me apercebi que era sério mesmo. O pequeno estava pronto a abandonar o hospital.
Lágrimas vieram-me aos olhos, mas consegui disfarçar e penso que ninguém deu por isso.
Regressámos a casa, pois ele só podia sair depois da última toma de antibiótico, contámos a novidade às pessoas e mais ao fim da tarde lá fomos, buscar o lutador.
Ao chegarmos, a Beatriz dava (literalmente) pulos de alegria e só dizia: "Oh mano, oh mano. O meu mano." Foi contagiante, a alegria da pequena. Só se interessa em fazer festinhas, dar beijinhos e tentar agarrar o mano ao colo. É difícil explicar-lhe que ele ainda é muito pequeno, mas lá vamos conseguindo.
Agora é a fase de habituação a uma nova vida, com um núcleo familiar maior e atenções redobradas.
A família começa a aumentar.
Finalmente........em casa.