quarta-feira, dezembro 10, 2008, posted by # 7 at 22:39
Hoje nasceu o meu filho. Mais uma vez, numa Quarta-feira, mais uma vez, no que seria suposto ser uma consulta de rotina.

Quando a minha estrelinha nasceu, em Junho, apesar de supostamente o tempo ter de ser quente e solarengo, choveu a potes. De tal forma que houve inclusive inundações um pouco por todo o país.

Hoje, apesar de estarmos em Dezembro, o dia esteve invulgarmente solarengo. Lembro-me de logo pela manhã ter examinado o céu e ter pensado para mim mesmo que era estranho não haver nem uma única nuvem no céu.

Fomos beber um café, deixámos a menina na escolinha e dirigimo-nos a Lisboa. Ainda comentei com a minha mulher o facto de parecer estarmos a reviver o nascimento da Beatriz, mas sinceramente, não pensei que seria desta. Até porque ainda faltavam 15 dias para o grande acontecimento.

Depois de lá estarmos, o médico voltou a reforçar essa minha idéia ao dizer que ainda faltava um pouco.
Foi quando a minha mulher lhe disse que estava com dores de cabeça e que estas estavam a ser cada vez mais constantes.
Mandou-me sair do quarto (quarto esse que era o mesmo onde ela tinha ficado quando nasceu a pequena), fez o que tinha a fazer e, quando dei por mim, dou com aquele homem alto de bata branca a dizer "Vai nascer hoje. Vá-se preparando que ela fica já cá."
Bem, depois de tantos sinais, o dia da semana, o tempo controverso, o mesmo quarto, parvo fui eu em pensar que não era hoje.

Depois de horas e horas de espera, muitas dores e muito sofrimento, lá fomos. Eu todo equipado a rigor, com máscara e bata, obviamente a assistir a tudo.
Foi bem mais difícil para ela desta vez. Dava para ver. As lágrimas corriam-lhe face abaixo e percebia que a dor era mais intensa do que da última vez.
O cordão umbilical estava enrolado à volta do pescoço do meu campeão e isso impressionou-me, mas o médico tratou diso com tal perícia, que parece que o faz todos os dias. E talvez o faça.

Bem, apesar de tudo isto e de o nascimento ter decorrido sem males maiores, houve uma contrariedade. O pequeno, por ser prematuro, não estava preparado para lidar com o mundo exterior tão cedo. Por isso mesmo, encontra-se neste momento numa incubadora, a aguardar melhores tempos.

Ao que parece, tudo irá correr pelo melhor, mas como pai, temo sempre pelo pior.
Espero que o pequeno saia ao pai e dê luta. Até porque as coisas que vêm fáceis não dão satisfação ao obter.
Luta por mim pequeno, por mim, pela mamã e por todos os que te amam tanto.
 
Emanuel Simoes

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