domingo, dezembro 07, 2008, posted by # 7 at 01:22
Quando somos crianças, nada é urgente. Nada é desesperante a não ser o facto de não termos aquele brinquedo ou aquele doce.
Quando somos crianças não sabemos o que é stress. Não há horários a cumprir, patrões a satisfazer ou contas a pagar. Apenas o amor dos pais é essencial.
Quando somos crianças o tempo não passa. Os dias parecem durar uma eternidade e temos tempo para tudo e mais alguma coisa.
Quando somos crianças qualquer ida a uma rua que não seja a nossa é uma aventura. Qualquer novidade à rotina é suficiente para nos fazer rejubilar de alegria por termos sido capazes de transpor mais um obstáculo.
Quando somos crianças, a única razão pela qual perdemos o sono, é aquele raspanete mais duro dos papás.
Quando somos crianças o que importa verdadeiramente é termos muitos amigos, independentemente da sua raça, situação financeira, partido político ou religião.
Quando somos crianças choramos sem vergonha e rimos com efusismo. Não nos importamos verdadeiramente com o que pensam de nós, porque também nós não pensamos nada sobre ninguém.
Quando somos crianças a chuva não é algo mau, o vento sabe melhor nos cabelos e sujarmo-nos sabe tão bem quanto comer aquele bolo cheio de açúcar.
Quando somos crianças a relva sabe melhor debaixo dos pés descalços, o Sol aquece mais a face e o frio não nos afasta das brincadeiras.
Quando somos crianças tudo é tão bom.

Agora, porque raio passamosa vida a dizer barbaridades como : "Vê lá se cresces", "Já não tens idade para isso", "Deixa de ser bebé", "Isso é para crianças", e afins?
E porque dizemos estas coisas e em simultâneo nos queixamos de estar a ficar velhos depressa demais?

A única coisa certa na vida do adulto são as preocupações, o tempo que não chega para tudo o que há a fazer, osproblemasdo emprego ou da falta deste, o que é preciso comprar lá para casa.

Gosto de ser adulto, mas preferia ser criança. Começo a ficar farto de viver para sofrer e andar sempre a queixar-me do mesmo.

Talvez seja tempo de abdicar um pouco dos luxos e das preocupações banais e descer à terra, ser mais básico.
Talvez seja tempo de ser mais infantil sem me preocupar com o que os outros pensam, chorar quando me apetece chorar, rir quando estou bem disposto, brincar quando estou na disposição.....ser uma criança outra vez.
 
Emanuel Simoes

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