Ao que parece, a época natalícia chegou.
Não deveria ser assim, mas a verdade é que, no dia 22 de Outubro, vi as primeiras árvores de Natal, à venda numa loja. Logo no princípio de Novembro, o centro comercial perto da minha casa já se encontrava repleto de decorações alusivas ao Natal, e passados poucos dias, já vislumbrei duas casas com iluminações montadas.
Não é por nada, mas ainda falta muito para o dia propriamente dito. Ainda sou do tempo em que os mais apressados faziam a árvore de Natal no primeiro dia de Dezembro e os restantes por volta do dia 8.
As pessoas queixam-se do stress, da falta de tempo para fazerem o que gostam, da forma como a vida passa sem quase se dar por ela, e depois comportam-se desta estranha maneira. Anseiam por tudo, querem que tudo chegue depressa.
Se estamos no Inverno, queremos que rapidamente chegue o Verão, assim que o calor se vai, pensamos logo no Natal. É sufocante a maneira como as pessoas querem que o tempo corra e depois criticam esse mesmo facto. Já não se tem calma para nada. A culpa não é dos tempos que correm, mas sim nosa, que fazemos com que o tempo pareça passar mais rápido do que realmente acontece.
Já assisti a uma corrida aos brinquedos, em que as pessoas, literalmente, se empuravam para ver se conseguiam levar tudo o que queriam. Como se a véspera de Natal fosse hoje, quando ainda falta bem mais de um mês.
O Natal deixou mesmo de ser uma altura em que estamos em família e passou definitivamente a ser uma celebração ao consumismo e ao exibicionismo. Todos querem dar as melhores prendas, esperando nada menos que algo equivalente. Todos querem passar por bons samaritanos, abandonando o que deveria ser o verdadeiro significado desta festividade que se avizinha.
O estar com a família, juntar as crianças, ouvir músicas natalícias, enrolar-se no cobertor, tudo isso passou para segundo plano.
Até a decoração da árvore de Natal começa a ser vista como uma competição.