domingo, novembro 16, 2008, posted by # 7 at 00:19
De todas as provas que fiz, cheguei à conclusão de que nunca tinha feito nenhuma em mato. Informei-me, descobri que haveria um crosse no Jamor, ainda por cima com inscrições grátis, e lá parti eu para mais uma aventura, numa modalidade até agora desconhecida para mim.
As expectativas não eram elevadas, visto que foi a minha primeira vez neste género de competição, mas, como nas outras provas, pensei sempre em ficar acima do meio da tabela.
Preenchi o formulário de inscrição, preparei-me com os meus treinos normais e lá chegou o dia 15 de Novembro de 2008.

Tive um bom almoço de massa por volta do meio-dia, visto que a prova se iniciou às 15:30.
Durante o almoço comecei a ficar nervoso e assim que terminei, lembrei-me de vir ver na net os resultados do ano anterior.

Fiquei estupefacto quando constatei que o fim da tabela era constituído por atletas que completaram os 9 KM em pouco mais de 40 minutos. Comecei a pensar se não seria melhor desistir, visto que ao contrário das provas populares,tal como as meias e minis das pontes e outras corridas afins, esta era uma prova maioritariamente para atletas federados. Pior fiquei quando, já no local da prova, me apercebi de que este era um evento para apurar 4 atletas para o europeu a decorrer na Bélgica.


Resumindo, dos poucos atletas que se apresentaram no local de partida, apenas 4 ou 5 eram meros amadores como eu. O resto era composto por uma "elite" de atletas que lá estavam com um único propósito: Ganhar para conseguir um lugar no europeu.

Sinceramente, logo após o arranque fulminante que presenciei, a minha idéia era desistir logo após a primeira volta. Correr no alcatrão é uma coisa, agora, correr em terra batida, com subidas enormes e descidas íngremes, isso é algo ao qual não estou minimamente habituado ou treinado para fazer.

Mas depois, ao concluir a primeira volta e ouvir os gritos (bem altos, diga-se) do meu sogro, pensei: "A minha mulher grávida do meu pequeno veio pela primeira vez ver-me correr, a minha estrelinha bateu palminhas quando passei, os meus sogros incentivam-me quando passo. Vou desistir? Só se as minhas pernas rebentarem.".
Corri, sofri, quase não conseguia respirar e inclusive levei uma volta de avanço do pelotão da frente. Ainda assim alguns atletas desistiram e consegui ficar à frente de outros 4. Parece pouco mas, ao contrário das meias-maratonas, onde participam milhares de pessoas, ali correram entre 30 a 40 atletas, maioritariamente profissionais.
Foram 9 KM percorridos em menos de 40 minutos. Apesar de tudo, um bom tempo para as minhas capacidades.

As minhas pernas levaram-me a consegui-lo, mas o incentivo de quem me apoiou ajudou-me tanto ou mais quanto a minha força de vontade.
 
Emanuel Simoes

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