
Dado o tempo significativo em que deixei de vir até este meu refúgio, chego mais uma vez à conclusão de que quando algo de bom me acontece, fico sem ideias para escrever.
A notícia de que está para nascer o meu futuro filho deixou-me muito feliz, e noto que foi precisamente depois dessa abençoada informação que a minha falta de motivação e de inspiração se tornou mais vincada.
Parece que todos os meus pensamentos, revoltas, ilusões e sonhos ficaram de lado. É como que se existisse um vazio dentro de mim que evita que me expresse sobre todos os assuntos que me vão marcando ao longo da vida.
Mesmo quando me lembro de algo e sinto que tenho que aqui vir e deixar o meu testemunho, logo noto uma intensa falta de vontade, mesmo para ligar o computador.
Estranho este sentimento contraditório. Obviamente e sem margem para dúvidas que estou em êxtase pelo facto de uma nova vida se encaminhar da minha própria. Mas simultaneamente sinto falta daquela pequena revolta interior, daquela necessidade quase extrema de escrever quando não estou de acordo com algo, ou quando me sinto triste.
Tudo isto porque embora esteja bem, sinto falta daquela tristeza que me faz querer pular todos os muros que me são colocados no caminho.
Sinto um enorme vazio, como se caminhasse por um caminho que não vai dar a lado algum.