Atualmente, estou de férias, com a família. Para ser mais preciso, estou no meu último dia de férias.
Devido ao facto de ter que ir trabalhar e de a escola dos pequenos se encontrar encerrada, estou forçado a deixá-los por duas semanas com os meus sogros, de férias no Alentejo, onde me encontro enquanto escrevo estas palavras.
Já sabia de antemão que isto se iria passar e aceitei-o com alguma naturalidade, afinal, os meus filhos estão sempre bem com os meus sogros, muito bem mesmo.
No entanto, na manhã de ontem, a minha filha perguntou-me se eu me ia já embora para casa e de imediato as lágrimas ocuparam os meus olhos. A ideia de não os ver durante 5 dias de seguida, de não lhes dar banho, aturar algumas birras, foi dura de aguentar. Afinal, não estava assim tão preparado para lidar com esta separação.
E isso fez-me sentir estranheza em relação a certos progenitores que passam semanas sem verem os seus filhos, sem estarem verdadeiramente com eles. Que dizem à boca cheia que os filhos são a sua vida, mas que, na realidade, pouco ou nenhum tempo passam com eles. A mim, dói-me o coração, a alma, só de imaginar que não poderei, pelo menos, dar um único beijo diário a cada um dos meus filhos. De não poder fazer uma carícia no doce rosto da minha estrelinha, ou de pegar o meu pequeno guerreiro ao colo e fazê-lo voar como se fosse um super-herói.
É tão estranho para mim saber que existem pais que conseguem estar dias e dias sem estar com os seus filhos. Desculpas como o trabalho, o cansaço, enfim, quaisquer desculpas não passam de isso mesmo, desculpas. Míseras, tristes, rebuscadas e falsas desculpas, quando a verdade é que, quem aguenta estar sem ver os filhos, por um dia que seja, é porque verdadeiramente nunca deveria ter tido o privilégio de ter sido pai ou mãe.
Ainda tenho os meus pequenos perto de mim, a dormir num quarto a poucos metros de onde me encontro e já sinto uma saudade enorme de estar com eles.