segunda-feira, outubro 15, 2007, posted by # 7 at 12:28



Desde que me lembro de ser eu, sempre fiquei doente por tudo e por nada.
No Verão, lá vinham as anginas, as febres as dores, sempre e sem excepção. No Inverno, amigdalites, gripes e constipações, enfim, qualquer coisita e lá ficava o Emanuel doente. Tudo isto já para não falar dos problemas musculares. Distensões musculares, torcicolos e afins eram o pão nosso de cada dia.

Um dia, bem, um dia resolvi parar de falar e entrar em acção, porque sempre ouvi dizer que falar é fácil. Em vez de me estar a queixar de estar sempre doente e de me doer isto e aquilo, resolvi começar a ter uma vida mais regrada e saudável. Comecei a fazer regularmente exercício físico, a alimentar-me correctamente e uma coisa vos digo......... já não me lembro claramente da última vez que estive doente e quanto às dores no corpo, essas só aparecem quando me desleixo um pouco e fico sentado no sofá mais do que devia.
Por tudo isso e mais algumas coisas, faz-me uma certa confusão o modo de vida que a grande maioria das pessoas leva. Toda a gente gostaria de ser melhor mas muito pouca gente faz algo por isso.
Um dia vi uma entrevista com a Vanessa Fernandes e a determinada altura ela disse algo que ficou marcado na minha mente: "As pessoas não têm a noção do que o corpo humano é capaz de aguentar."
Por isso andamos sempre a dizer que não conseguimos, que é difícil e, pior ainda, a gozar com quem leva um modo de vida saudável.
Não é raro eu ir a correr e ouvir barris de vinho e cerveja que se auto-intitulam de seres humanos a dizer que eu sou maluco. Esperemos que todos esses iluminados que sabem das coisas boas da vida nunca se vejam perante situações em que tenham que apelar aos seus sentidos mais primitivos, como o correr para ajudar alguém, o ser mais forte do que a pessoa que nos quer mal, o ter a capacidade para aguentar um esforço acima do normalmente exigido pela vida. Esperemos que tal nunca aconteça pois possivelmente irão se lembrar do MALUCO, do GRANDA CROMO que viram um dia a fazer pela vida e pensarão que talvez também eles devessem ter investido na sua própria saúde ao invés de gozar com os outros.
Eu sinto-me bem. Eu hoje aguento o que não me passava pela cabeça aguentar quando tinha 18 anos. Sou maluco? Talvez. Mas é uma maluquice que adoro. É a minha droga. É a minha adicção.
 
Emanuel Simoes

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